Não falta comida, não falta quem a queira nem quem a distribua. A separar os refugiados dos voluntários estão uns coletes fluorescentes. Nas costas, o nome da Associação e umas asas desenhadas: eles são os "anjos da estação de Munique".
Corpo do artigo
Normalmente fazem turnos de duas horas, mas há quem opte por ficar mais tempo. Não faltam voluntários nesta associação improvisada há umas semanas, criada para ajudar as centenas de refugiados que chegam cada dia a Munique.
Usam dois contentores brancos. Num deles estão guardadas roupas, calçado, mantas e sacos-cama. No outro, há carrinhos de bebé e comida. O espaço é muito pequeno, mas duas voluntárias vão distribuindo sopa, massa, e fruta. Hoje também há pizza.
À frente estão distribuídas duas mesas de madeira mas a maioria prefere comer de pé, à volta de um candeeiro de calor. É também aí onde carregam os telemóveis e trocam mensagens. Numa folha colada ao vidro do contentor, lê-se a palavra-chave da rede sem fios de internet, que aqui é gratuita.
Os voluntários dividem tarefas, em todos os turnos de duas horas há um coordenador, os restantes vão tentando ajudar com o que faz falta. Nas costas dos coletes fluorescentes que todos têm que usar, estão desenhadas umas asas. O sítio onde estão batiza-os, chamam-se os "anjos da estação de autocarros".
"O milagre alemão" é um conjunto de reportagens que vai poder ouvir na TSF de segunda a sexta-feira, nos noticiários da manhã e, à tarde, depois das notícias das 18:00. Um trabalho de Joana de Sousa Dias, como sonorização de Miguel Silva e edição vídeo de Ana António.