As autoridades muçulmanas decidiram que estava na hora de substituir a velha carpete da Cúpula da Rocha, no Monte do Templo, em Jerusalém. No entanto, o que poderia ser uma simples remodelação estética, tornou-se um debate religioso.
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Nada é simples num dos locais mais sagrados do mundo. A Cúpula da Rocha ou Mesquita de Omar, conhecida pela sua cúpula dourada, é o santuário que foi erguido onde se acredita ter existido o altar de sacrifícios utilizado por Abraão, o profeta que o Cristianismo e o Islão partilham com o Judaísmo.
Há cerca de um mês, as autoridades muçulmanas começaram a substituir a carpete, gasta pelos milhares de fiéis que visitam o local. Quando Israel descobriu, nomeadamente, o departamento de Arqueologia, começou a controvérsia. As autoridades israelitas garantem que o trabalho começou a ser realizado sem o seu conhecimento e o ministro do Interior ordenou que a remodelação parasse de imediato.
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Os arqueólogos israelitas, citados pela Associated Press, garantem que vários desenhos no chão foram descobertos quando a velha carpete foi arrancada, padrões que nunca foram documentados, e queixam-se que não tiveram oportunidade de registar todos os desenhos antes da nova carpete ser colocada.
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Alguns especialistas defendem que os segredos mais escondidos da Bíblia poderiam ser desvendados com a ajuda destes desenhos. "Algo está ali. Não sei o quê. Mas algo está escondido ali", disse Zachi Dvira, um arqueólogo que estuda a Cúpula da Rocha.
Uma das hipóteses remotas pode ser uma velha crença do Judaísmo, ou seja, o paradeiro da Arca da Aliança, que continha os Dez Mandamentos. Um artefacto sagrado que se tornou mais conhecido depois de ter sido parte do argumento do filme "Indiana Jones e os Salteadores da Arca Perdida".
Israel teme ainda os estragos que a remodelação possa causar na mesquita, nomeadamente o uso de colas. "Estou preocupado com os danos nos pavimentos originais. Os padrões nunca foram devidamente documentados", acrescentou Barkay, outro dos arqueólogos israelitas.
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As autoridades muçulmanas rejeitam as acusações de Israel. O sheik Aazam Tamini, que dirige o departamento muçulmano que administra o Monte do Templo, garantiu à Associated Press que o trabalho que estão a realizar "é transparente. Estamos apenas a colocar carpete e feltro. Nada mais, nada menos".