A direção do kibutz pede às autoridades que considerem alternativas para as pessoas que "não podem regressar devido às suas experiências traumáticas"
Corpo do artigo
Os habitantes do kibutz Nir Oz, um dos mais atingidos pelo ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023, decidiram regressar e reconstruir a localidade, enquanto esperam que o Governo israelita assegure condições.
Após uma votação, os habitantes desta comunidade agrária israelita decidiram por maioria "restabelecer o kibutz com a convicção de que regressar e fortalecer a comunidade é uma vitória real e significativa sobre o que passaram e continuam a passar", explicaram, em comunicado.
Os combatentes do Hamas mataram 40 dos habitantes e raptaram 77 naquele dia, no qual cerca de 1200 pessoas foram mortas e outras 250 raptadas.
Num breve comunicado, a direção do kibutz, onde residia uma importante comunidade de origem argentina e que em 08 de fevereiro recebeu a visita do Presidente argentino Javier Milei, instou o Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a "garantir uma construção ótima, em grande escala e generosa de Nir Oz, decorrente de um desejo sincero e genuíno de que o 'kibutz' renasça".
Pediram ainda às autoridades que considerem alternativas para as pessoas que "não podem regressar devido às suas experiências traumáticas".
Além disso, instaram o Executivo israelita a "assumir a responsabilidade e agir com plena autoridade para devolver as pessoas raptadas que estão em cativeiro" às mãos do Hamas e das quais 29 são de Nir Oz.
Os habitantes de Nir Oz uniram-se na sua iniciativa à semelhança de um outro 'kibutz' que foi duramente atacado em 07 de outubro de 2023, o de Be'eri, onde cerca de 200 residentes já decidiram regressar para reconstruir as suas vidas.
Israel declarou uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 97 dos quais continuam em cativeiro, 34 deles entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.
A guerra continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 42.718 mortos (quase 2% da população), entre os quais 17 mil menores, e 100.282 feridos, além de mais de dez mil desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
