Candidato do PT comentou, em conversa com a TSF, a crítica que o antigo Presidente do Brasil fez a Jair Bolsonaro e o apoio declarado pela líder da Rede: um "voto crítico" de Marina, mas um voto.
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O mote para a primeira pergunta veio de uma publicação no Twitter de Fernando Henrique Cardoso, uma hora antes de a TSF descer umas escadas lado a lado com Fernando Haddad.
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O 34.º Presidente do Brasil recorreu, pelo segundo dia consecutivo, ao Twitter para criticar Bolsonaro. No domingo tinha sido o filho de Jair, esta segunda-feira o pai. E até agora, pelo menos, Fernando Henrique Cardoso não disse quem apoia na segunda volta das eleições do próximo domingo.
Fernando Haddad esteve ao fim da tarde e início da noite (menos quatro horas do que em Portugal Continental) na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob o mote "Todos e todas com Haddad e Manu", sendo que Manu é Manuela D'Ávila, a candidata a Vice-presidente. Depois de ter pedido, numa varanda, a milhares de pessoas que não couberam no Teatro da PUC e encheram as ruas à volta, um voto a mais, para varrer o fascismo do Brasil, saiu quase que literalmente a correr, escadas abaixo, para ir para o programa Roda Viva, da TV Cultura.
Pelo curto caminho, comentou à TSF a mensagem de Fernando Henrique Cardoso, no Twitter, na qual classificou como "inacreditável" as declarações de Jair Bolsonaro, que prometeu banir os "marginais vermelhos" do país - "ou fogem", quando ele for eleito, "ou vão presos", disse. Fernando Henrique Cardoso escreveu que isso "lembra outros tempos".
Haddad considera que o antigo Presidente do Brasil demonstra, assim, o político que é. "Fernando Henrique Cardoso é um democrata, sabe os riscos que o Brasil está correndo. E está-se manifestando contra as atitudes hostis à democracia que o Bolsonaro tem manifestado a cada declaração."
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A segunda pergunta que a TSF conseguiu fazer ao candidato do PT, nos curtos segundos que um lance de escadas permitiu, foi sobre o apoio declarado por Marina Silva, a líder da Rede - candidata que nas últimas eleições tinha ficado em terceiro lugar, mas agora foi a oitava, com um milhão de votos - que, ao final da tarde desta segunda-feira, declarou que o voto dela, apesar de ser um voto crítico, vai para Fernando Haddad.
Em comunicado, Marina afirmou que "diante do pior risco iminente, de ações que, como diz Hannah Arendt, 'destroem sempre que surgem', 'banalizando o mal', propugnadas pela campanha do candidato Bolsonaro, darei um voto crítico e farei oposição democrática a uma pessoa que, 'pelo menos' e ainda bem, não prega a extinção dos direitos dos índios, a discriminação das minorias, a repressão aos movimentos, o aviltamento ainda maior das mulheres, negros e pobres, o fim da base legal e das estruturas da proteção ambiental, que é o professor Fernando Haddad."
Haddad considerou que o apoio de Marina Silva "é muito importante" e rematou: Marina é uma querida.