Entre as vítimas estarão pelo menos 5500 crianças e há registo de outras 30 mil pessoas feridas.
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Cerca de 13 mil palestinianos, a maioria crianças e mulheres, morreram em consequência dos ataques israelitas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, segundo um balanço feito este domingo pelo governo do movimento islamita Hamas.
Entre as vítimas mortais contabilizadas até hoje estão pelo menos 5500 crianças e 3500 mulheres, indica o Hamas citado pela Agência France-Presse.
O Hamas dá ainda conta que pelo menos 30 mil pessoas ficaram feridas desde 7 de outubro.
A agência EFE, por outro lado, cita o gabinete de comunicação do Hamas para dizer que mais de seis mil pessoas estão desaparecidas sob escombros ou entre os corpos estendidos nas ruas sem que ninguém possa recolhê-los.
"O número de desaparecidos atingiu mais de seis mil, quer sob as ruínas, quer com os corpos estendidos nas ruas e estradas", mas "a ocupação (Israel) impede qualquer pessoa de os alcançar, incluindo mais de quatro crianças e mulheres", acrescentou a mesma agência.
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Presume-se que a maioria destas pessoas esteja morta, mas as equipas de emergência ou de salvamento não conseguem chegar até elas, uma vez que a ofensiva israelita de 44 dias no enclave continua, provocando uma crise humanitária com um cerco que deixa perto de 2,4 milhões de palestinianos quase sem comida, água, medicamentos ou combustível.
Entre os 13.000 mortos confirmados contam-se mais de 5500 crianças e 3500 mulheres, tendo sido também mortos mais de duzentos médicos, enfermeiros e paramédicos, assim como 22 socorristas civis.
Os feridos são mais de 30 mil, 75% dos quais são crianças e mulheres, num cenário de devastação cada vez maior, à medida que as tropas israelitas avançam na sua operação terrestre em Gaza, onde já tomaram o controlo do norte e de uma parte significativa da cidade de Gaza.
Os profissionais da comunicação social estão entre as vítimas, ao ponto de o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), organização sem fins lucrativos que luta por um jornalismo livre em todo mundo, considerar o mês de novembro "o mais mortífero para os jornalistas desde que começou a recolher dados, em 1992".
Até ao dia hoje, segundo o CPJ, na guerra entre Israel e o Hamas morreram 42 repórteres, entre jornalistas e outros trabalhadores de meios de comunicação.
Este número inclui os cinco jornalistas e dois profissionais de meios de comunicação locais mortos por bombardeamentos israelitas entre sábado e hoje.
De acordo com o CPJ, entre os 42 repórteres de quem este organismo conseguiu confirmar a morte, estão 37 palestinianos, quatro israelitas e um libanês.
Desde o início da guerra, em 7 de outubro, os bombardeamentos israelitas destruíram totalmente cerca de 43 mil casas, enquanto outras 225 mil residências "foram sujeitas a demolições parciais", indicou o gabinete governamental.
"Isto significa que cerca de 60% das casas em Gaza" foram expostas a uma "destruição total, parcial ou inabitável", sublinhou a mesma fonte.
Acresce a escassez de recursos e a falta de eletricidade na maioria dos hospitais da Faixa, sem gasolina para funcionar e muitos deles danificados pelos recentes ataques e cercos impostos pelas tropas israelitas.
Ainda hoje, foi noticiado que todos os hospitais da cidade de Gaza estão fora de serviço e apenas duas pequenas clínicas da cidade permanecem operacionais, enquanto milhares de pessoas e doentes que se encontravam no hospital al Shifa - o maior da Faixa - foram obrigados a sair no sábado por ordem do exército israelita, que alega que a rede militar subterrânea do Hamas se encontra por baixo do hospital.
O movimento islamita Hamas lançou, em 7 de outubro, um ataque surpresa contra Israel, com milhares de foguetes e homens armados, fazendo mais de 1.200 mortos e 240 reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impondo um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
A ONU indicou que mais de dois terços dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foram deslocados pela guerra, tendo a maior parte fugido para sul.