Os negociadores do Hamas reiteraram que vão "estudar com responsabilidade" a proposta de 20 pontos e que vão preparar uma resposta oficial o mais breve possível
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Negociadores do Hamas reuniram-se na terça-feira à noite em Doha com as delegações do Qatar, do Egito e da Turquia, prometendo uma resposta rápida sobre o plano do presidente norte-americano para o fim da guerra e o futuro da Faixa de Gaza.
De acordo com a Al Jazeera, estação de televisão do Qatar, que citou fontes que pediram para não serem identificadas, a reunião decorreu na terça-feira à noite no quadro das discussões técnicas destinadas a formular uma posição final sobre o plano apresentado pelos Estados Unidos.
Durante a reunião, os negociadores do Hamas reiteraram que vão "estudar com responsabilidade" a proposta de 20 pontos e que vão preparar uma resposta oficial o mais breve possível.
As mesmas fontes referiram que o Hamas vai efetuar consultas às várias fações palestinianas sobre o assunto.
Na terça-feira, Donald Trump deu ao Hamas "três ou quatro dias" para responder ao plano de paz para Gaza.
A proposta apresentada na segunda-feira contou com o apoio do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
O plano apresentado pelo chefe de Estado norte-americano prevê um cessar-fogo imediato em Gaza, a retirada gradual do Exército israelita, a libertação total dos reféns em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinianos e o fornecimento de ajuda humanitária aos residentes de Gaza através das Nações Unidas.
A mesma proposta exige também o desarmamento completo do Hamas - que seria excluído da governação da Faixa de Gaza - e o estabelecimento de um governo de transição composto por tecnocratas palestinianos e especialistas internacionais supervisionados pelo designado Conselho da Paz.
O plano, que oferece imunidade aos dirigentes e membros do Hamas, foi bem acolhido por vários países árabes e europeus, embora o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abdulrahman, tenha indicado que alguns dos pontos, como a retirada das tropas israelitas, "precisam de esclarecimentos".
Outra questão que precisa de ser detalhada é a solução "dois Estados", apoiada pelos países árabes e islâmicos, juntamente com a maioria dos membros da ONU.
A solução "dois Estados" foi rejeitada pelo Governo de Netanyahu, bem como a futura gestão de Gaza pela Autoridade Palestiniana, que governa áreas da Cisjordânia ocupada.
Na terça-feira, uma fonte oficial egípcia disse à agência de notícias espanhola EFE que o Hamas iniciou uma série de consultas que envolveram a liderança política e militar sobre o plano de Trump, bem como com outras fações palestinianas ativas em Gaza.
A resposta poder vir a demorar vários dias, disseram as mesmas fontes consultadas pela EFE.
