Em Las Vegas, no debate primário dos Democratas à Presidência dos Estados Unidos, Clinton assumiu-se como favorita. Mas ainda faltam cartas que podem ir a jogo.
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No debate que juntou os candidatos democratas às presidenciais dos Estados Unidos, Hillary Clinton recebeu do seu maior rival um apoio inesperado, que foi aplaudido pelo público presente no estúdio. Confrontada com a questão da utilização de um mail privado quando foi secretária de estado da Administração Obama, Hillary Clinton fez uma pausa para responder, que foi aproveitada pelo senador Bernie Sanders para dizer que o povo americano está "farto e cansado" de ouvir falar nesses "malditos mails".
Clinton sorriu, agradeceu e agarrou-se às mãos do seu rival nas Primárias do Partido Democrata. O momento de cordialiade contrastou com a troca de ideias sobre capitalismo, controlo de armas e política externa.
O senador intitula-se a si próprio como um socialista-democrata e citou o modelo escandinavo de estado social como um exemplo a seguir pelos Estados Unidos. Sanders apelidou o modelo capitalista de "economia de casino, subjugado à avareza e ganância de Wall Street". Palavras e ideias que Hillary Clinton não subescreve.
Já na questão do controlo de armas, a candidata atacou o senador porque não terá sido suficientemente firme na discussão e aprovação da Lei anti-armas.
Por outro lado, a antiga primeira-dama disse que os Estados Unidos precisam de um "New Deal" para as minorias étnicas, referindo-se às medidas criadas nos anos 30 pelo presidente Roosevelt para diminuir os efeitos da Grande Depressão. Agora, Hillary Clinton quer fazer o mesmo para africanos e hispânicos. Também o senador Sanders disse que os EUA devem "acabar com o racismo institucional" e com as altas taxas de detenção entre as minorias étnicas.
Em relação à política externa, dominou a questão do Estado Islâmico e da Al-Qaeda. Clinton não se esqueceu mesmo de visar o atual vice-presidente Joe Biden, que ainda não assumiu ser candidato, por ter estado contra o ataque e morte de Osama Bin Laden. Um ataque que Hillary Clinton garante ter sempre defendido.