A Presidência francesa vai atribuir esta segunda-feira a mais alta condecoração do país aos cinco homens, pelos atos de heroísmo.
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A Legião de Honra será também atribuída posteriormente a um cidadão francês que não quis ver o seu nome divulgado e a um outro passageiro que está no hospital a recuperar de um ferimento de bala.
Os cinco homens foram saudados como heróis depois de terem conseguido na sexta-feira dominar um homem fortemente armado que se preparava para lançar um ataque num comboio de alta velocidade que viajava de Amesterdão para Paris.
A par do heroísmo dos cinco, a atuação dos funcionários da companhia férrea Thalys está a ser criticada. O ator francês Jean-Hugues Anglade, um dos passageiros do comboio, acusou os funcionários da companhia férrea de, durante o ataque, se fecharem na carruagem principal (que opera o comboio) e se recusarem a abrir a porta, apesar dos pedidos de ajuda dos passageiros.
O atacante, que está a ser investigado por especialistas antiterrorismo franceses, foi identificado como Ayoub El-Khazzani, um marroquino armado com uma espingarda de assalto Kalashnikov, nove recargas, uma pistola automática Luger e uma arma branca, que nega qualquer ligação com grupos radicais islâmicos e afirma que queria assaltar o comboio.
Um dos homens que o dominou é Spencer Stone, militar da Força Aérea Norte norte-americana destacado na base das Lajes, nos Açores, que foi ferido com um 'x-ato' no pescoço e na mão. Outro dos norte-americanos, Alek Skarlatos, é também militar, da Guarda Nacional, e tinha regressado há pouco tempo de uma comissão de serviço no Afeganistão. Estavam a passar férias na Europa com outro jovem norte-americano, Anthony Sandler, que juntamente com um britânico de 62 anos, Chris Norman, conseguiu subjugar El-Khazzani, depois de Stone e Skarlatos o terem deitado ao chão.
O atacante foi descoberto inicialmente na casa de banho do comboio pelo francês anónimo, que tentou impedir El-Khazzani de iniciar o ataque, mas que acabou por ser ferido quando o marroquino disparou vários tiros. Segundo a advogada Sophie David, El-Khazzani disse que encontrou a arma de assalto, uma Kalashnikov, numa mala, num parque perto da estação ferroviária de Bruxelas, onde dorme com outros sem abrigo, e queria usá-la para assaltar os passageiros do comboio "para comprar comida".