O presidente cessante confirma passagem de testemunho, no Eliseu, no próximo domingo. Hollande e Macron cumprimentaram-se, esta manhã, junto do Arco do Triunfo, numa cerimónia simbólica.
Corpo do artigo
Começou tímido, num cumprimento amistoso, mas sem a intimidade entre dois homens que estiveram tão próximos, no Eliseu.
TSF\audio\2017\05\noticias\08\jms_macron_hollande
Emmanuel Macron estendeu a mão, François Hollande apertou-a e juntou-lhe um afago no braço. Mas não se consumou um abraço.
Depois, Hollande foi fazendo as honras da presidência, levando Macron pelo braço, conduzindo-o, apresentando o presidente eleito ao ritual do cargo.
Foi simbólico o momento em que os dois homens acenderam a chama de homenagem aos soldados da Segunda Guerra, depois de terem deposto uma coroa de flores.
Cantou-se a Marselhesa, hino francês, e o Cântico dos Partisans, momento em que Emmanuel Macron, que não é alheio ao efeito mediático, fechou os olhos, perante o momento solene.
Depois, pela primeira vez, Macron deixou a assinatura num registo oficial, no livro de honra. Hollande assinou como presidente e passou a caneta a Macron.
Na sessão de cumprimentos, Emmanuel Macron fez esperar Hollande, ao demorar-se em conversas, apertos de mão e beijos.
O ambiente entre os dois homens pareceu ficar mais distendido para o fim da cerimónia.
Em declarações, à France 2, François Hollande afirmou que não se sentiu "traído" pelo facto de Macron ter deixado o governo para lançar o movimento. "Na verdade, ele seguiu-me durante muitos anos, mas depois emancipou-se, quis propor um projeto aos franceses. Cabe-lhe, agora, continuar o seu caminho, com a experiência que ganhou comigo. Dirijo-lhe os meus melhores votos para o sucesso".
O presidente confirmou que vai passar o testemunho no próximo domingo, dia 14 de maio, e afirmou ter convidado Macron para estar presente nesta cerimónia para, simbolicamente, lhe passar a "tocha", junto da chama acendida ao soldado desconhecido.
Os dois voltam a encontrar-se, dentro de dois dias, nos Jardins do Luxemburgo, para a cerimónia que assinala o aniversário da abolição da escravatura.
Macron e Theresa May
TSF\audio\2017\05\noticias\08\emanuel_nunes_macron_
A olhar para o futuro, o conselheiro económico de Macron avisou que o presidente eleito vai ser duro nas negociações do Brexit garantindo, no entanto, que Macron não vai querer castigar os britânicos. De resto, Theresa May uma das primeiras líderes europeias a falar com o vencedor das eleições francesas.