O Presidente francês considerou que a eventual utilização de armas químicas por Damasco será «causa legítima para uma intervenção direta».
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Numa referência à Síria e ao discursar na Conferência dos embaixadores que hoje decorreu no Eliseu, o chefe de Estado gaulês sustentou que a eventual utilização pelo regime do Presidente Bashar al-Assad de armas químicas no atual cenário de guerra seria «uma causa legítima de intervenção direta» da comunidade internacional.
«Digo-o com a solenidade que convém: permanecemos muito vigilantes com os nossos aliados para impedir a utilização de armas químicas pelo regime [sírio] e que será para a comunidade internacional uma causa legítima de intervenção direta», disse o chefe de Estado numa alocução perante cerca de 200 embaixadores franceses reunidos em Paris.
«O desafio ultrapassa a Síria e relaciona-se com a segurança do Médio Oriente, em particular a independência e estabilidade do Líbano», observou.
O Presidente norte-americano, Barack Obama, também admitiu recentemente que o recurso às armas químicas pelo regime de Damasco, ou inclusive a sua deslocação no interior do território, constituíam para Washington uma «linha vermelha», e não afastou a hipótese de uma intervenção militar.
Em paralelo, e numa alusão à situação no país, Hollande sublinhou a necessidade em «intensificar os esforços para que a transição política ocorra rapidamente» e apelou à oposição síria para «formar um governo provisório, inclusivo e representativo que possa tornar-se no legítimo representante da nova Síria».
Numa referência aos esforços diplomáticos relacionados com a crise na Síria, o inquilino do Eliseu sublinhou a importância dos «parceiros árabes» garantirem a formação de um governo provisório pela oposição.
Na semana passada, durante a receção a uma delegação do Conselho Nacional Sírio (CNS, oposição), Hollande tinha «encorajado» esta organização, que reúne a maioria das correntes da oposição, «a organizar um amplo conclave de todas as forças da oposição» sírias.