Fotografo venezuelano captou aquela que foi considerada a imagem do ano.
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Ronaldo Schmidt é venezuelano e o vencedor do World Press Photo de 2018.
Na imagem que alcançou o primeiro lugar é possível ver um manifestante em chamas em Caracas, na Venezuela.
O movimento, a força da imagem e as cores da fotografia foram os aspetos realçados pelo juri do World Press Photo.
"Não parei de fotografar até perceber o que se estava a passar. Estava alguém em chamas a correr em direção a mim", explicou o fotógrafo da AFP.
José Víctor Salazar Balza é o protagonista que foi fotografado nos violentos confrontos com a polícia venezuelana durante um protesto contra o presidente Nicolás Maduro.
A fotografia mostra o homem em chamas a fugir de um tanque de gasolina de uma mota que explodiu ao seu lado. Balza acabou por sofrer queimaduras de primeiro e segundo grau após o incidente.
A visão de um português destacado pelo World Press Photo em 2016
Mário Cruz, fotojornalista da agência Lusa que venceu, em 2016, o prémio World Press Photo na categoria "Temas Contemporâneos", considera que o juri destacou, acima de tudo, a frieza e o compromisso do fotojornalista venezuelano.
"Não é fácil estarmos perante uma pessoa que está em chamas. São momentos muito tensos e exigentes. Acho que é uma mostra do que o fotojornalismo consegue ser no sentido de ser a fotografia do momento e de uma intensidade extraordinária", explica.
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Apesar disso, não seria esta a escolha de Mário Cruz. O fotojornalista crê que seria muito mais importante mostrar o que não se vê na crise venezuelana, a luta de quem não tem o que comer.
"Esta fotografia já pertence à nossa memória visual, já se viram imagens semelhantes, episódios semelhantes em manifestações espalhadas pelo mundo mas acho que é uma fotografia extraordinária", frisa.
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A escolha de Mário Cruz iria recair sobre uma das fotografias de Ivor Prickett.