Polícia deteve traficante com 500 canários-da-terra escondidos em três malas no Aeroporto de Boa Vista. O animal tem assobio elogiado e é usado em lutas
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Quando se lê que um traficante foi preso num aeroporto, associa-se imediatamente o objeto do tráfico a drogas ou, eventualmente, a álcool, a joias, a armas.
No entanto, no Aeroporto Internacional de Boa Vista, em Roraima, no norte do Brasil, o tráfico mais comum – e bem rentável, segundo as autoridades – é de canários-da-terra, uma espécie de pássaro que se distingue do canário comum.
No último dia de junho, um homem cuja identidade não foi revelada pela polícia, tentava embarcar de Boa Vista para Brasília com 500 canários-da terra, escondidos, em gaiolas, por três malas de viagem. Segundo as autoridades, as aves foram vítimas de maus tratos porque as gaiolas tinham pouco espaço para respirar.
Detido, por isso, por maus tratos e tráfico animal, o homem acabou por pagar fiança e sair em liberdade. Os canários-da-terra foram encaminhados para o departamento de animais silvestres da polícia.
Foi o segundo caso de tráfico daquela espécie só em junho apenas no Aeroporto Internacional de Boa Vista. Antes, outro homem, com a mesma quantidade, 500, dos quais um morreu durante o transporte ilegal, também foi preso.
Cada canário-da-terra pode valer até perto de 800 euros. O animal é muito visado por traficantes de aves e criadores ilegais por ter um canto melodioso, por um lado, e por ser muito agressivo, por outro, o que o torna valioso para quem organiza rinhas, isto é, lutas entre eles com apostas altas.
Por essa razão, os canários-da-terra estão em vias de extinção. Mas o número de traficantes só cresce.
