O chefe do executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, afirmou hoje que aceita dialogar com os dirigentes estudantis que lideram as manifestações pró-democracia, rejeitando, no entanto, renunciar ao cargo.
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A intervenção de Leung Chun-ying, qualificado pelos manifestantes como um defensor dos interesses de Pequim, ocorreu momentos antes do fim do ultimato dos ativistas pró-democracia às autoridades da Região Administrativa Especial chinesa.
Numa conferência de imprensa, a partir da sua residência oficial, Leung Chun-ying anunciou que o governo vai iniciar um diálogo com os manifestantes e afirmou ter esperança que esta abertura possa trazer paz.
O governante esteve acompanhado pela chefe de gabinete, que é quem vai reunir com os protestantes, num local ainda a definir.
O chefe do executivo de Hong Kong disse que está «enganado» quem pensa que este diálogo só serve os interesses do governo e sublinhou que o que o preocupa são as consequências de uma possível ocupação de edifícios governamentais como têm ameaçado os manifestantes.
Leung Chun-ying sublinhou que os estudantes têm sido respeitadores e racionais e manifestou o desejo de que continuem a manter esta postura.
O responsável afirmou ainda que a ocupação de edifícios governamentais é ilegal, mas realçou que são falsas as notícias de que a polícia tem caixas de balas de borracha, gás lacrimogéneo e outros equipamentos de motim.
No entanto, garantiu que todos os que violem o cerco policial serão afastados e que as autoridades vão continuar a ter «tolerância zero».
Esta tarde, a União Europeia expressou «preocupação» sobre a situação em Hong Kong, exortando todas as partes «para continuar a mostrar contenção», de acordo com o aviso das autoridades aos manifestantes para dispersar.