Estudantes de Hong Kong fizeram hoje um ultimato ao chefe do executivo local, Leung Chun-ying, exigindo que se demita até quinta-feira, sob pena de ocuparem edifícios governamentais, excluindo serviços sociais ou de saúde.
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«Se o nosso chefe do executivo e o governo central (chinês) não respeitarem nem ouvirem a opinião das pessoas, vamos considerar diferentes ações nos próximos dias, incluindo ocupar outros locais, como importantes departamentos do governo», disse Agnes Chow, porta-voz do movimento estudantil 'Scholarism'.
«Mas temos de enfatizar um ponto muito importante: os edifícios governamentais que nós ocuparmos não serão os dos serviços sociais ou de saúde», sublinhou.
A possibilidade de uma escalada das ações de protesto tem vindo a ser avançada pelos dirigentes estudantis, em particular por Alex Chow, um dos líderes da Federação de Estudantes.
A jovem ativista do 'Scholarism' afirmou ainda esperar que os Governos de Pequim e de Hong Kong respeitem as opiniões das pessoas, porque a responsabilidade primeira de um Governo é ouvir as opiniões das pessoas que querem ter uma eleição democrática.
«Ainda não decidimos quanto tempo vão durar os protestos, porque o movimento não tem líderes e é conduzido pela motivação de cada um dos cidadãos de Hong Kong que pediram a demissão de CY Leung», frisou Agnes Chow, acrescentando que «a única forma de parar este movimento é o chefe do executivo demitir-se».
Chan Kin Man, co-fundador do movimento 'Occupy Central' - um dos grupos que está por detrás das manifestações e da campanha de desobediência civil em curso na Região Administrativa Especial chinesa - disse que qualquer escalada dos protestos será «uma ação da iniciativa dos estudantes», apelando para que esta seja pacífica.
O dirigente rejeita sentar-se à mesa com Leung Chun-ying, admitindo a possibilidade de dialogar com qualquer outro membro do Governo, à exceção do chefe do executivo.
Residentes de Hong Kong, na sua maioria jovens estudantes, voltaram a sair hoje à rua. Chan Kin Man disse não ter um número concreto: «São, de certeza, centenas de milhares, mas não é só por isso que o protesto impressiona».