A organização Human Rights Watch denunciou na terça-feira que as autoridades sírias transferiram centenas de presos para dependências militares para os esconder dos observadores da Liga Árabe, que estão na Síria para avaliar a situação no país.
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De acordo com um comunicado da organização não governamental de defesa de direitos humanos, citado pela agência EFE, a Liga Árabe, que tem desde segunda-feira na Síria uma delegação de 50 observadores, deveria «insistir para obter acesso completo a todos os centros de detenção» no país, tal como determina o acordo alcançado com o Governo sírio.
Um oficial das forças de segurança sírias explicou à Human Rights Watch que, depois do acordo estabelecido entre a Liga Árabe e o Governo sírio a 19 de Dezembro, recebeu ordens para participar na «transferência irregular de detidos».
Segundo a fonte, a 21 e 22 de Dezembro foram transferidos 400 a 600 reclusos para uma fábrica de mísseis, na localidade de Zaidal, nas imediações de Homs, bastião da oposição ao regime do Presidente Bashar al-Assad.
Além do testemunho do militar, a Human Rights Watch recolheu o depoimento de um dos presos transferidos e de alguns habitantes de Homs, cidade onde a missão de observadores da Liga Árabe chegou na terça-feira.
A ONG denunciou ainda que, à revelia do acordo bipartido entre a Liga Árabe e o Governo sírio, que prevê a saída do Exército das cidades, os militares surgem disfarçados com fardas da polícia.
As manifestações contra o regime sírio já fizeram desde Março mais de cinco mil mortos, estima a ONU.