O presidente da Venezuela revelou, numa mensagem ao país, que foi submetido a duas cirurgias em Havana, uma a um abcesso pélvico e outra em que lhe foi extraído um tumor com células cancerígenas.
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«Outra série de estudos especiais (...) confirmaram a existência de um tumor com presença de células cancerígenas, o que tornou necessária a realização de uma segunda intervenção cirúrgica que permitiu a extracção total do tumor», disse.
Chávez apareceu hoje nas televisões venezuelanas lendo um «comunicado à nação e à opinião pública internacional» naquela que foi a primeira vez que se dirigiu ao país, depois de ter sido operado de urgência, a 10 de Junho em Havana (Cuba), a um abcesso pélvico.
«Tratou-se de uma intervenção maior, realizada sem complicações, após a qual continuei a evoluir satisfatoriamente enquanto recebo os tratamentos complementares para combater os diversos tipos de células encontradas e assim continuar a minha plena recuperação», frisou.
Por outro lado, sublinhou que sente estar a «sair de outro abismo»: «Acredito que conseguimos, graças a Deus meu», enfatizou.
Chávez explicou que ao longo da sua vida cometeu «erros fundamentais» como «descuidar da saúde e ser muito reaccionário aos exames e tratamentos médicos».
«Sem dúvida, que erro tão fundamental e sobretudo num revolucionário com algumas modestas responsabilidades como as que a revolução me tem imposto», enfatizou.
Chávez precisou que, depois de chegar a Havana, no âmbito de um périplo que o levou também ao Brasil e Equador, foi o líder da revolução cubana, Fidel Castro, que se apercebeu de «alguns mal-estares» que «vinha a dissimular há algumas semanas» e que previa apenas «fazer um exame ao joelho esquerdo já quase recuperado de uma lesão do início de Maio».
«Interrogou-me (Fidel Castro) quase como um médico, confessei-me quase como um paciente (...) e iniciámos um conjunto de exames de diagnóstico», disse.
A 11 de Junho foi-lhe detectada «uma estranha formação na região pélvica que requereu uma intervenção cirúrgica de urgência perante o iminente risco de uma infecção generalizada», acrescentou.
«Depois daquela operação comecei um tratamento antibiótico intensivo com uma evolução positiva que trouxe uma notável melhoria, no entanto, ao longo do processo, foram aparecendo algumas suspeitas da presença de outras formações celulares não detectadas até então», explicou.
Chávez agradeceu ao povo e à nação cubana, aos irmãos Fidel e Raul Castro e «a toda esta legião médica que se pôs à frente desta batalha de uma maneira verdadeiramente sublime».
Frisou que mantém-se «informado e no comando das acções do Governo bolivariano em comunicação permanente com o vice-presidente e toda a equipa de governo» e agradeceu «as numerosas e entusiastas demonstrações de solidariedade do povo venezuelano e de outros povos irmãos, assim como de Chefes de Estado e de governo de numerosos países do mundo».
«Esse amor, essa solidariedade constituem a mais sublime energia que impulsiona e impulsionará a minha vontade de vencer nesta nova batalha», salientou.