A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou a impunidade dos «extremistas religiosos» responsáveis por ataques nos últimos meses na Tunísia.
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A ausência de processos judiciais pode «incitá-los a serem mais violentos», apontou a organização.
«As autoridades tunisinas devem investigar uma série de agressões cometidas por extremistas religiosos em 10 meses e levar os responsáveis à justiça», defendeu a organização não-governamental em comunicado.
«O fracasso das autoridades em investigar estes ataques reforça a impunidade dos extremistas relgiosos e pode incitá-los a serem mais violentos", advertiu a HRW.
A organização lembrou ter enviado em julho uma mensagem aos ministérios do Interior e da Justiça para investigar seis ataques a ativistas políticos, intelectuais e artistas.
Não foi divulgado qualquer avanço nestes casos e a organização referiu que outros atos de violência já ocorreram desde então, nomeadamente contra festivais.
A 16 de agosto, em Bizerte, uma manifestação cultural foi atacada por cerca de 200 salafistas e cinco pessoas ficaram feridas.
A oposição tunisina tem acusado o governo liderado pelos islamitas do Ennahda de se mostrar complacente em relação a grupos religiosos violentos.
Na maior parte dos incidentes não houve detenções, mas as autoridades agiram e detiveram cerca de 100 islamitas acusados de ter participado num ataque à embaixada dos Estados Unidos em Tunes que fez quatro mortos, a 14 de setembro.