Hungria não aceita críticas e diz que apenas está a fazer cumprir as leis europeias

Migrantes e refugiados dormem na estação de Keleti, em Budapeste, à espera de um comboio para a Alemanha
Bernadett Szabo/Reuters
O primeiro-ministro húngaro diz que o problema com os refugiados se deve aos pedidos que recebeu da Alemanha e da Áustria para cumprir a lei e registar todos os migrantes que chegam ao país. Viktor Orban acusa os lideres europeus de não serem capazes de dar soluções ao problema e pede uma resposta ao nivel europeu.
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O primeiro-ministro Húngaro, Viktor Orban afirma que são os líderes europeus quem está a demonstrar incapacidade para encontrar soluções para a crise dos migrantes e refugiados. Numa conferência de imprensa conjunta com o presidente do Parlamento Europeu, o chefe do governo húngaro reclama uma solução europeia para os refugiados e diz-se indisponível para as criticas da Europa.
"Na Hungria estamos cheios de medo. Os europeus estão cheios de medo, porque o que vemos é que os líderes europeus - entre eles os primeiros-ministros -, não são capazes de controlar a situação", disse o governante.
Viktor Orban afirma que está apenas as pôr em prática as leis de europeias e a responder aos pedidos de países vizinhos nos espaços Schengen.
"A chanceler alemã e o chanceler austríaco disseram-nos claramente: ninguém pode deixar a Hungria sem ser resgatado. É esse o regulamento. Temos de registar toda a gente. Não podemos deixar partir ninguém da Hungria para a Áustria ou para a Alemanha sem ser registado. Não se trata de uma estratégia, mas de um reforço da lei", adiantou Viktor Orban.
O primeiro-ministro húngaro considera que o que está a acontecer em Budapeste não é um problema da Hungria mas sim da Alemanha.
"Ninguém quer ficar na Hungria. Não temos dificuldade com os que querem ficar na Hungria. Mas, ninguém quer ficar na Hungria, nem na Eslováquia, na Polónia ou na Estónia. Todos eles querem ir para a Alemanha. O nosso trabalho é apenas registá-los. Se a chanceler alemã insiste que ninguém pode deixar a Hungria rumo à Alemanha sem registo, nós vamos registá-los. É uma obrigação".
Orban não quer ser criticado pela Europa e frisa: "Não critiquem a Hungria por fazer o que é para ser feito. E, em vez de nos criticarem, deixem-nos apenas fazer o trabalho que tem de ser feito de acordo com os regulamentos europeus".
O primeiro-ministro húngaro, a falar em Bruxelas, considerou ainda que todo o espaço Schengen está em risco, caso a Hungria não consiga lidar com os refugiados que chegam ao país.
Para fazer face à crise dos migrantes e refugiados, a Hungria levantou uma cerca de arame farpado e aprovou leis mais restriticas para a imigração ilegal. Asão 13 alterações ao código penal e à lei de asilo, incluindo pena de prisão para os responsáveis pelo tráfico de seres humanos.
A polícia húngara vai passar a ter mais poderes para lidar com estes casos e o exército pode patrulhar as fronteiras em situações de crise.