Um iceberg com cerca de 315 mil milhões de toneladas e uma área de 1636 km2, separou-se da plataforma de gelo Amery, na Antártida. Embora os especialistas indiquem que a ocorrência não se deve às alterações climáticas, estas situações serão cada vez mais recorrentes com a alteração do clima.
Corpo do artigo
Desde 1960 que a plataforma Amery não produzia um iceberg de tão grandes dimensões. Chama-se D28, devido à classificação do Centro Nacional de Gelo dos EUA, que divide a Antártida em quadrantes. Os especialistas já previam que se separasse do continente, embora os estudos apontassem para um período entre 2010 e 2015. Quatro anos mais tarde, deu-se a separação, embora não seja motivo para grandes preocupações, indicam os cientistas.
A plataforma Amery é a terceira maior na Antártida, e Helen Fricker, investigadora da Instituição Scripps de Oceanografia, em declarações à BBC , mostrou-se satisfeita com a desintegração "depois de tantos anos".
Segundo a investigadora, a instituição sabia que a desintegração "ia acontecer mais cedo ou mais tarde". Contudo, não se deu exatamente no período esperado.
Helen Fricker acrescentou que o acontecimento não está relacionado com as alterações climáticas, "embora existam várias razões para nos preocuparmos com a Antártida, não há ainda razão para alarme com esta placa de gelo". Ainda assim, a D28 será alvo de monitorização constante.
Por outro lado, a investigadora Sue Cook, do Instituto de Estudos Marinhos e Antárticos, ouvida pela rádio australiana ABC , acredita que as alterações climáticas vão ter um impacto significativo na formação de icebergues.
"Existe um número elevado de diferentes processos que poderão ocorrer", assume. "Com o aquecimento das águas ao redor da Antártida, as placas de gelo vão-se tornar mais vulneráveis, com maior probabilidade de se partirem", alerta Sue Cook.
Os especialistas afirmam ainda que as correntes e os ventos costeiros levarão o iceberg D28 para oeste. É expectável que a sua desintegração e aquecimento demore vários anos.