O aeroporto da capital do Iémen, Sanaa, foi hoje encerrado após ameaças de militares fiéis a um dos familiares do antigo Presidente Ali Abdallah Saleh de abater qualquer avião que descole ou aterre, anunciou fonte do aeroporto.
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O aeroporto está cercado por militares fiéis ao comandante das forças aéreas, o general Mohammed Saleh al-Ahmar, um meio-irmão do ex-Presidente demitido na sexta-feira por decreto, mas que recusa deixar o seu posto, de acordo com esta fonte.
«Nenhum avião descolou ou aterrou desde que estes militares lançaram a sua ameaça na sexta-feira à noite», declarou esta fonte, acrescentando que membros da tribo dos Hamdane, fiéis ao antigo Presidente, participavam igualmente nesta ação militar no aeroporto.
Estes homens armados são conduzidos por um dos chefes desta tribo, Naji Jamaane, de acordo com a mesma fonte.
O general Mohammed Saleh al-Ahmar, demitido por decreto do Presidente de transição Abd Rabbo Mansur Hadi, recusou partir enquanto que o ministro da Defesa, Mohamed Nasser Ahmed, e o chefe do Estado-Maior, Ali al-Achwal, permanecerão no posto, de acordo com uma fonte militar.
Há outro pedido de exílio de várias pessoas da poderosa tribo Hached que tomaram posição contra Saleh durante a revolta popular do ano passado, segundo uma fonte militar.
O general Mohammed Saleh al-Ahmar, fortemente contestado nas forças aéreas desde há vários meses, foi destituído na sexta-feira, juntamente com o general Tarek Mohamed Abdallah Saleh, chefe da guarda presidencial e sobrinho do antigo homem forte do país.
De acordo com fonte militar, o general Saleh recusou o comando do 37.º batalhão da Guarda Republicana, na província de Hadramout (sudeste), ao qual o decreto presidencial o afetava.
Ali Abdallah Saleh, que dirigiu o Iémen durante 33 anos, aceitou, após pressão da população e da comunidade internacional, passar o poder ao seu vice-Presidente, Hadi.
Mas os seus detratores acusam-no de procurar obstruir a transição política. Permanece, com efeito, presidente do Congresso Popular Geral (CPG, antigo partido no poder), e os seus parentes controlam sempre os principais órgãos de segurança, nomeadamente o seu filho Ahmed, que comanda a Guarda Republicana, unidade de elite do exército.