Igreja da Sagrada Família em Gaza alvo de ataques. Civis "aterrorizados" e com medo de serem baleados
Uma deputada britânica, que tem elementos da família no interior da igreja, disse este domingo à BBC que as pessoas estão "aterrorizadas" e nem se atrevem a ir à casa de banho porque ficam na mira dos soldados israelitas.
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Cerca de 300 pessoas, que viram as suas casas serem destruídas pelas bombas israelitas, procuraram refúgio na paróquia da Sagrada Família, que serve a comunidade cristã na Faixa de Gaza.
A situação no interior da igreja é, contudo, cada vez mais desesperante, com relatos de pessoas a passarem horas deitadas no chão com medo de serem baleadas, já que, durante o fim de semana, vários civis foram atingidos pelos disparos de snipers.
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Os sobreviventes esperam assim que o Exército israelita reconheça os apelos que estão a ser feitos. Os familiares destes cidadãos não param de pedir ajuda e um ponto final nos ataques contra a igreja.
Fifi Saba, que tem a irmã no interior do complexo religioso, disse a vários órgãos de informação internacionais que durante o fim de semana, e depois de duas mulheres
terem sido mortas, as pessoas passaram horas deitadas no chão com medo de serem baleadas.
A mulher afirma ainda que não há elementos do Hamas dentro da igreja e por isso considera que os ataques sucessivos são incompreensíveis.
O Exército israelita já assegurou que está a investigar o que está a acontecer, mas até agora os soldados ainda não se desmobilizaram do local.
Neste momento, ninguém consegue sair das salas onde estão estes militares e os que ali procuraram refúgio têm contado às famílias que os israelitas disparam contra "tudo o que mexe".
Uma deputada britânica, que tem elementos da família no interior da igreja, disse este domingo à BBC que todos estão "aterrorizados" e tiveram de se refugiar nas salas da catequese.
Layla Moran revela ainda que os civis nem se atrevem a ir à casa de banho porque ficam na mira dos soldados israelitas.
A situação é igualmente cada vez mais difícil, uma vez que já não há comida e a água a que tinham acesso, e que estava contaminada, deixou de correr nas torneiras após um dos três geradores existentes ter sido destruído.
De acordo com as informações avançadas pela deputada britânica, um sniper está já no interior do complexo.
Layla Moran admite que não sabe se os familiares vão sobreviver até ao Natal. Também Fifi Saba diz ter indicações de que os soldados entraram no terreno da igreja e ocuparam uma sala.