No último balanço as autoridades falam em pelo menos quarenta e quatro mortos no Vanuatu, à passagem do ciclone tropical Pam, um dos mais potentes a atingir o Pacífico Sul.
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Os serviços de emergência do país preparam uma vasta operação de busca e resgate na sequência da violenta tempestade que atingiu o Vanuatu na sua máxima categoria (5), que pode ter afetado cerca de 260 mil pessoas, segundo dados da Unicef, e que se teme que tenha causado dezenas de mortos.
O gabinete que coordena a ajuda humanitária da ONU fala em 44 morto numa única das 6 províncias de Vanuatu, mas sublinha que esse número ainda não está confirmado.
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Certos são os sinais de destruição deixados pela chuva torrencial e por ventos de 250 quilómetros por hora. Da capital, Port Vila, chegam relatos de ruas cheias de bocados de tetos, casas que vieram abaixo, linhas de eletricidade e árvores arrancadas do chão. Há estradas e caminhos totalmente bloqueados.
Milhares de pessoas passaram a noite em abrigos, mas muitas outras foram obrigadas a sair de casa, sem ter para onde ir.
Uma porta-voz da Unicef disse que foram 15 a 30 minutos de terror absoluto.
O responsável da ONG Save The Children em Port Vila não consegue imaginar a destruição noutras ilhas, muito mais frágeis do que a da capital.
A partir do Japão, onde participa numa conferência, o presidente de Vanuatu diz que tem o coração partido e pede ajuda ao mundo.
A resposta da Austrália foi rápida. Camberra prepara auxilio de emergência. O Ministro australiano dos Negócios Estrangeiros diz que, naquelas ilhas, o mar é muito severo, os ventos e a chuva conseguem destruir tudo o que se lhes aparece ao caminho.
Segundo relatos de organizações humanitárias, a capital, Port Vila, sofreu uma «total devastação» à passagem do ciclone tropical que fustigou o arquipélago com ventos de até 340 quilómetros por hora, segundo a cadeia televisiva australiana ABC.
O porta-voz do Gabinete Nacional de Gestão de Desastres, Mishaen Lulu Garae, disse à Radio New Zeland que o ciclone destruiu casas, departamentos governamentais e diversas infraestruturas, incluindo parte do principal hospital, em Port Vila, onde vivem 40 mil pessoas.
Mishaen Lulu Garae indicou que as comunicações com as províncias do norte continuam interditas, na sequência dos massivos apagões, pelo que se desconhece a situação exata da região, apesar de reconhecer que também foi devastada pela tempestade.
O mesmo responsável indicou que as autoridades temem que o impacto do ciclone Pam tenha sido pior do que o do Uma, o qual fez 50 mortos no arquipélago em 1987.
Na sequência dos relatos de «total devastação», a UNICEF também declarou que este poderá ser «um dos piores desastres naturais da história do Pacífico».
«Embora seja ainda muito cedo para ter certezas, informações preliminares indicam que esta catástrofe natural é potencialmente uma das piores na história do Pacífico», afirmou, em comunicado, Vivien Maidaborn, que dirige a UNICEF na Nova Zelândia.
Após afetar a região norte e central do Vanuatu, o Pam encontrava-se, perto das 04:00, a cerca de 200 quilómetros a sul de Tanna, no sul do arquipélago, movendo-se a uma velocidade na ordem dos 32 quilómetros por hora rumo a sul, segundo o serviço meteorológico do Vanuatu.