Imigração: Partido Conservador inglês diz que aviso de Guterres devia ir «imediatamente para o lixo»
Um aviso «insensato» e que devia ser «enviado imediatamente para o lixo». Os deputados do Partido Conservador inglês não ficaram agradados com o alerta deixado por António Guterres sobre as propostas para a imigração.
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Esta quinta-feira o jornal britânico The Guardian contou que o antigo primeiro-ministro português e atual Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados está preocupado com a nova lei de imigração proposta pelo primeiro-ministro britânico.
O alto comissariado considera que as novas medidas propostas feitas pelo executivo liderado por David Cameron, e que estão a ser discutidas no Parlamento, podem contribuir para criar um ambiente de «incompreensão e discriminação étnica».
Os deputados do Partido Conservador consideram que deve ser o Reino Unido a gerir os próprios assuntos e não aceitam os alertas de António Guterres perante a nova lei de imigração proposta pelo executivo britânico.
As novas medidas promovem, entre outros, novas as regras para a atribuição de subsídios, maior facilidade em expatriar indivíduos ou a obrigatoriedade de pagamento de serviços públicos como a saúde.
Depois dos avisos lançados pelo alto comissário da ONU para os Refugiados, os conservadores, em entrevista ao diário britânico The Guardian, sublinham que «não há absolutamente nada impróprio no facto de um país soberano decidir quem deve ou não ser autorizado a entrar, viver e ter benefícios dentro das fronteiras» e consideram o aviso de Guterres «insensato» e que devia ser enviado «imediatamente para o cesto do lixo».
O vice presidente do partido acusa mesmo António Guterres de estar a «tentar marcar pontos políticos baratos» enquanto que o «Governo britânico está apenas a tentar tomar decisões políticas necessárias a longo prazo».
Bob Neill deixa também claro que, na opinião dos conservadores, «os britânicos não vão aceitar lições de um socialista português que se tornou num burocrata não eleito das Nações Unidas».
As Nações Unidas que, diz Nigell Mills , deputado do círculo eleitoral de Amber Valley, deveriam estar mais preocupadas com com as crises que envolvem refugiados em todo o mundo, em vez de «fazer observações sobre nações da Europa Ocidental que estão apenas a tentar tentando introduzir medidas razoáveis para proteger as fronteiras».
A TSF contactou o Alto Comissariado da ONU para os refugiados. O gabinete de comunicação do ACNUR sublinha que as críticas feitas pelos conservadores ingleses não podem ser dirigidas a António Guterres uma vez que o alerta não foi feito pelo alto comissário, mas sim pelo escritorio do ACNUR em Londres.