O encerramento dos serviços federais nos EUA, que completa um mês esta terça-feira, vai levar ao corte dos apoios aos imigrantes. Os portugueses idosos serão os mais afectados, em New Bedford, no estado de Massachusetts, a região com a maior comunidade luso-descendente.
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A directora do Centro de Apoio ao Imigrante (CAI) de New Bedford, Helena da Silva Hughes, já recebeu instruções para cortar as "senhas de comida", a partir de Fevereiro.
Os imigrantes estão a ser encaminhados para os bancos alimentares e no Departamento de Assistência Transitória, Helena Hughes nota um aumento da segurança, "porque não sabem como as pessoas vão reagir. Nunca pensámos que íamos estar tantos dias com o governo fechado", afirma a directora do CAI, com críticas à "teimosia" de Donald Trump.
O shutdown reflecte-se também nos agendamentos dos processos de legalização, com atrasos para os quais Helena não vê uma solução rápida. "A única solução é declarar o estado de emergência", considera a imigrante portuguesa, que está preocupada com a comunidade mais antiga. "Já estão aqui há muitos anos e são pessoas que ainda não compreenderam bem o que está a acontecer".
Entre os trabalhadores que estão sem salário há um mês, Helena Hughes conta que a alternativa passa pelo recurso a cartões de crédito, a ajuda de familiares e cortes nas despesas, como as aulas de dança ou os treinos de futebol dos filhos.
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Helena da Silva Hughes regista também que "nunca vimos tantas famílias e crianças nas fronteiras, a serem mandadas automaticamente para trás". A portuguesa dirige o Centro de Apoio aos Imigrantes de New Bedford, desde 1996.