Os Estados Unidos podem entrar numa situação de incumprimento com consequências imprevisíveis para a economia norte-americana e mundial a partir de terça-feira, a menos que entretanto seja ultrapassado um prolongado impasse político.
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Em causa está o tecto de endividamento do Estado federal dos EUA. Em 1917, como parte do processo político que resultou na entrada dos Estados Unidos na I Guerra Mundial, o Congresso definiu um limite para a dívida pública.
O limite actual está nos 14,3 biliões de dólares (9,6 biliões de euros) - e já foi atingido em maio. Se o tecto de endividamento não for aumentado, o Estado central não poderá financiar-se nos mercados.
Normalmente, a elevação do tecto de endividamento é uma mera formalidade. Este ano, contudo, os republicanos (que têm maioria na Câmara de Representantes, câmara baixa do Congresso) insistiram em associar o aumento do limite a cortes significativos na despesa pública e a uma redução importante do défice orçamental.
Embora os democratas do Presidente Barack Obama concordem na necessidade de se reduzir o défice (que este ano deverá ultrapassar os oito por cento do PIB - mais, por exemplo, que o défice português), os dois partidos divergem quanto à dimensão e à origem dos cortes.
Os republicanos opõem-se totalmente a qualquer aumento de impostos, enquanto o Presidente Obama insiste que qualquer consolidação orçamental tem de ser feita tanto pelo lado da despesa como da receita.