Sempre que ouve ou vê as notícias sobre o seu País, Yorgos é assaltado por três sentimentos: impotência, dor e raiva
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"Impotência por estar longe e não saber como estão a evoluir as coisas e porque estão a tomar estas dimensões", salienta este grego. Mas também " dor, pelo sofrimento que entra pelos olhos dentro e pelas estatísticas reveladoras de que em 5 anos mais de 10 mil pessoas se suicidaram. E raiva por ver que a Europa deixou chegar a situação a este ponto."
Yorgos, que vive e trabalha em Portugal há 17 anos não desculpa os erros dos sucessivos governos gregos. Mas considera que a forma como tudo está a correr é um sinal de que o projecto Europeu já não existe. E sente mágoa quando ouve as palavras de alguns políticos portugueses.
"São palavras de visão curta e que revelam provincianismo para mostrar " nós somos os bons alunos." As palavras " Se sair a Grécia ficam 18 países é algo que insulta", lamenta este cidadão grego.
Yorgos sente a sua Pátria está cada vez mais dividida. E vê os seus amigos com posições cada vez mais extremadas. Fala constantemente com os seus familiares que se encontram na Grécia. E revela que,nesta altura,o que mais os assusta é a possibilidade deque possam surgir actos de violência dias seguintes ao referendo.