
Cavaco Silva
O Presidente da República diz que a «inacção» jamais poderá ser a resposta das Nações Unidas perante civis que são alvos dos ataques indiscriminados nos conflitos armados.
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Cavaco Silva falava no primeiro debate aberto da presidência portuguesa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque.
«É nossa obrigação aprender com as lições do passado: a inaçcão nunca é uma solução e jamais poderá ser a resposta das Nações Unidas perante populações civis que são alvo de ataques indiscriminados de partes em conflito, sob pena de sermos coniventes com aqueles que violam o direito humanitário internacional e os Direitos Humanos», afirmou.
Falando sempre em português, porque desta forma as suas palavras são «compreendidas de imediato» por mais de 250 milhões de pessoas de oito países e uma região autónoma da China, o chefe de Estado notou que se trata de «um dos idiomas em maior expansão de todo o mundo», sendo já a terceira língua europeia e a sexta a nível mundial.
«Uma língua que merece, de há muito, o estatuto de língua oficial desta organização», recordou.
Na sua intervenção, Cavaco Silva sublinhou ainda que Portugal condena «da forma mais veemente possível» todos os ataques que tiveram e têm civis como alvos, sejam eles na Líbia, na região dos Grandes Lagos, no Afeganistão, no Iraque ou na Síria.
«Os civis constituem desde sempre e ainda hoje, a maioria das vítimas dos conflitos armados. "Vítimas' não são somente aqueles que são parte no conflito, que são mortos, mutilados ou feridos por integrarem um exército regular ou um grupo de combatentes. São, de facto, os civis que continuam a sofrer, em larga escala, os efeitos directos das guerras», referiu.
Colocando-se ao lado do secretário-geral das Nações Unidas na defesa de uma coordenação acrescida entre todos os actores envolvidos na protecção de civis, o Presidente da República preconizou o aprofundamento da cooperação entre a União Europeia e as Nações Unidas, em matéria de protecção de civis, bem como entre as Nações Unidas e outras organizações regionais, como a União Africana.