Indefinição na Guiné-Bissau. Portugal reconhece como legítimo Governo de Aristides Gomes
O chefe da diplomacia portuguesa considerou que a tomada de posse de Faustino Imbali "carece de legitimidade, quer jurídica quer política".
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Portugal reconhece como Governo legítimo da Guiné-Bissau o executivo liderado por Aristides Gomes e apela ao Presidente guineense que reconsidere a exoneração e consequente nomeação de um novo primeiro-ministro, disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros português.
"Portugal reconhece o Governo da Guiné-Bissau que se encontra em funções, aquele cujo primeiro-ministro é o dr. Aristides Gomes, que foi indigitado nos termos constitucionais pelo Presidente da República e que vê o seu programa aprovado na Assembleia da República" disse Augusto Santos Silva, em declarações à Lusa.
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O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, demitiu na segunda-feira o Governo liderado pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes, após uma reunião do Conselho de Estado, justificando a decisão com o que considera "uma grave crise política" que põe em causa "o normal funcionamento das instituições da República" e nomeou hoje para o substituir Faustino Imbali, que já tomou posse.
O chefe da diplomacia portuguesa considerou que a tomada de posse de Faustino Imbali "carece de legitimidade, quer jurídica quer política, e contribui para acentuar o momento de crise que se vive hoje na Guiné-Bissau".
Santos Silva apelou ainda a José Mário Vaz que "reconsidere as decisões que tenha tomado" e "contribua para a realização de eleições [presidenciais] em 24 de novembro".