O Parlamento Europeu atribuiu, esta quinta-feira, o prémio Sakharov pela liberdade de espírito a intervenientes da Primavera Árabe, avançou uma fonte parlamentar à agência AFP.
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De acordo com a mesma fonte, entre os distinguidos este ano com o galardão está o tunisino Mohamed Bouazizi, vendedor de rua que tinha um diploma universitário e que se imolou por a polícia não o deixar trabalhar ao confiscar a sua mercadoria. Esta atitude, que representou o desespero de toda uma gestão, deu início à Primavera Árabe.
O prémio distingue também a egípcia Asmaa Mahfouz, uma das fundadoras, em 2008, do Movimento 6 de Abril, criado inicialmente para apoiar greves de trabalhadores no sector têxtil e que teve um papel fundamental na convocação dos protestos contra o regime de Hosni Murabak.
O dissidente líbio Ahmed al-Zubais Ahmed al-Sanusi, que passou 31 anos nas prisões do regime de Muammar Kadhafi, e a advogada síria Razan Zeitouneh, que se tornou uma das figuras mais visíveis na defesa dos direitos humanos, foram outros dos distinguidos.
O prémio foi ainda atribuído ao caricaturista sírio anti-regime Ali Fazat, com cerca de 60 anos, que chegou a ser atacado pelas forças do regime de Bashar al-Assad.
O prémio Sakharov - que será oficialmente entregue em Dezembro numa cerimónia em Estrasburgo - recompensa anualmente um defensor dos direitos humanos e da democracia.
Entre os finalistas de 2011, escolhidos pela comissão dos Negócios Estrangeiros e pela comissão do Desenvolvimento, estavam também o defensor dos direitos humanos na Bielorrússia Dmitri Bandarenka e a comunidade colombiana de "camponeses" de San José de Apartado.