Inundações no Paquistão forçam retirada de 128 mil pessoas e aumento do nível de alerta
Mais de 128 mil pessoas e mais de 50 mil animais foram retirados de aldeias e povoações vulneráveis antes que a água entrasse nessas áreas.
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O Paquistão elevou esta terça-feira o nível de alerta de inundações no leste do país, onde mais de 128 mil pessoas foram já retiradas das respetivas casas na sequência da subida do nível da água do rio Sutlej.
Provocada por descargas de água na vizinha Índia, esta subida é a maior em 35 anos.
O intenso caudal do rio Sutlej está a deslocar-se para jusante, depois de ter provocado graves danos na cidade de Bahawalpur e nos arredores, na província paquistanesa de Punjab, a zona mais afetada pelo transbordar das águas nas últimas semanas, noticiou esta terça-feira o jornal Pakistani Dawn.
Mais de 128 mil pessoas e mais de 50 mil animais foram retirados de aldeias e povoações vulneráveis antes que a água entrasse nessas áreas, explicou o vice-comissário de Bahawalpur, Zaheer Anwar.
As águas dirigem-se agora para o sul do Punjab, com um caudal médio alto e em processo de diminuição que coloca pelo menos seis distritos em risco de inundação, segundo o mais recente relatório emitido pelo Departamento de Meteorologia do Paquistão.
As inundações no rio Sutlej - que nasce no Tibete e atravessa a Índia, antes de se juntar ao rio Indo - isolaram completamente cidades e áreas no Paquistão, submergindo centenas de hectares de terras agrícolas.
As chuvas e inundações provocam muitas perdas humanas e materiais todos os anos nos países do sul da Ásia, especialmente durante o período das monções, entre junho e setembro.
O Paquistão - um dos países mais vulneráveis às consequências das alterações climáticas - sofreu no ano passado as piores inundações desde 2010, que causaram a morte de 1700 pessoas e de um milhão de animais, bem como provocaram oito milhões de deslocados internos.
Estas intempéries afetaram de forma indireta pelo menos 33 milhões de pessoas.