Os procuradores federais acreditam que o plano traçado pelos apoiantes de Donald Trump ia além da invasão da casa da democracia americana.
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Num caso apresentado hoje em tribunal, pelo Departamento de Justiça, para pedir que um dos detidos não seja libertado, os procuradores concretizam o que já andava a ser avançado como hipótese pelos órgãos de comunicação social. A semana passada, a insurreição no capitólio tinha por alvo diversos congressistas e senadores.
Um dos indícios para esta linha de investigação foi uma mensagem que Jacob Chansley, o manifestante vestido de Xamã, deixou no local onde o vice presidente Mike Pence tinha estado uns minutos antes. Na nota ele escreveu, "Isto não é só uma questão de tempo, a justiça vai chegar".
Os investigadores já tinham colocado a hipótese de ter sido preparado o sequestro de políticos depois de terem visto pelo menos dois homens que transportavam diversas algemas de fita. Também a declaração de outro dos participantes garantindo que ia matar Nancy Pelosi, líder do congresso, reforçou esta teoria.
Na investigação, que está ainda em curso, os procuradores detetaram também a presença de vários elementos das Forças Armadas norte-americanas que usaram táticas de guerrilha que mostravam, acredita os investigadores, a existência de um plano concertado. Entre estes elementos foi detetado um antigo tenente-coronel da Força Aérea e um veterano de combate residente no Texas.
Este veterano já está detido depois de ter aparecido em fotografias usando um capacete e uma armadura. Ele era um dos que tinha nas mãos várias algemas que serviriam para fazer reféns dentro do Capitólio.
Há ainda diversas testemunhas que relatam que entre os apoiantes de Trump muitos procuravam os gabinetes de determinados congressistas e senadores.
Até agora as acusações, contra as mais de 80 pessoas detidas, foram pouco graves, incluindo invasão de propriedade e roubo de correspondência, mas um antigo Procurador-Geral do distrito de Colúmbia revelou que o departamento de justiça estará a recolher provas que permitam acusações mais graves.
Desde quarta-feira, dia 6, o FBI recebeu mais de 126 mil fotografias e vídeos com informações sobre a identidade das pessoas que atacaram o Capitólio. A invasão causou a morte a 5 pessoas, entre elas um polícia do Capitólio.