O procurador suspeita que o antigo presidente francês, que foi interrogado durante 18 horas, tenha usado a sua influência para travar uma investigação sobre as contas de campanha.
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O antigo presidente de França, Nicolas Sarkozy, foi colocado sob investigação formal pelos crimes de corrupção ativa, tráfico de influências e violação do segredo de justiça, anunciou a procuradoria francesa após interrogatórios que duraram 18 horas.
O anúncio desta investigação surgiu depois do antigo chefe de Estado ter sido detido, na segunda-feira de manhã, para averiguações.
O interrogatório durou 15 horas na polícia e continuou depois durante mais três horas perante os juízes. A saída do tribunal aconteceu perto da meia-noite.
O gabinete do procurador diz que a suspeita é que Sarkozy tenha usado a influência que tinha, enquanto presidente, para travar uma investigação que procurava conhecer alegadas irregularidades nas contas da campanha eleitoral de 2007.
A investigação formal agora anunciada é um passo que leva, com frequência, a um julgamento. Os magistrados querem confirmar ou não a suspeita de que o antigo presidente tentou e teve acesso a informações confidênciais.
Ao lado do antigo chefe de Estado francês, estão também a ser investigados um juiz e um advogado que pode ter servido de intermediário.
O advogado de Sarkozy já disse que as acusações serão postas em causa, porque estas se baseiam, apenas, em escutas telefónicas com fundamentos legais que serão fortemente contestados.
Na lei francesa, abrir uma investigação formal significa que existem evidências fortes de um crime.