O Irão revelou hoje que não pretende escolher outro embaixador nas Nações Unidas, depois da recusa de Washington em emitir visto a Hamid Aboutalebi devido ao seu alegado papel na tomada de reféns na embaixada norte-americana em Teerão, em 1979.
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«Não temos outra escolha», afirmou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araqchi, à agência Mehr.
A Casa Branca anunciou na sexta-feira que os Estados Unidos não entregaram visto a Aboutalebi por causa do seu presumido papel na tomada de reféns em 1979.
Os Estados Unidos estão, por princípio, obrigados a atribuir vistos aos diplomatas das Nações Unidas, mas é possível que haja exceções.
Araqchi esclareceu que o ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros se oporia à recusa de visto, «através dos mecanismos legais da ONU».
Na quarta-feira, o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, considerou «totalmente inaceitável» a eventual recusa do pedido do visto, defendendo a candidatura de Aboutalebi, «um dos diplomatas mais experientes e racionais» do Irão.
Antigo embaixador junto das Nações Unidas, na Austrália e em Itália, Aboutalebi reitera que não participou na tomada de reféns em novembro de 1979, quando os estudantes que tinham perseguido o xá, favorável ao Ocidente, ocuparam a embaixada norte-americana em Teerão.
Aboutalebi afirma que trabalhou apenas como intérprete para a libertação de 13 pessoas. As 52 pessoas que continuaram prisioneiras na embaixada ficaram retidas durante 444 dias.