O país vai deixar de limitar o enriquecimento de urânio.
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O governo de Teerão fez saber, este domingo, que irá deixar respeitar as limitações ao enriquecimento de urânio impostas pelo acordo assinado em 2015, avança a BBC .
O Irão passará, a partir de agora, a produzir urânio enriquecido de acordo com o que entende serem as necessidades do país, ainda que mantenha a cooperação com os inspetores da agência nuclear das Nações Unidas.
O Plano Conjunto de Ação (ou Joint Comprehensive Plan of Action - JCPOA -, em inglês) é um acordo firmado a 14 de julho de 2015 em Viena pelo Irão e pelos países com assento no Conselho de Segurança da ONU, bem como a Alemanha, e que visa restringir a capacidade do Irão desenvolver armas nucleares.
Ainda este domingo, o Governo iraniano disse que convocou o encarregado de negócios alemão em Teerão para protestar contra comentários "inaceitáveis" de "algumas autoridades alemãs" sobre a morte do general Qassem Soleimani, vítima de um ataque militar dos EUA.
De acordo com um comunicado oficial, durante a conversa com o diplomata alemão, Teerão exprimiu o seu "forte protesto" pelas declarações feitas por responsáveis governamentais alemães, na sequência do ataque aéreo das forças norte-americanas em Bagdad, que vitimou na sexta-feira o comandante da força de elite iraniana Al-Quds, Qassem Soleimani.
Horas depois do ataque, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, Ulrike Demmer, disse que o a ação militar norte-americana foi "uma reação a uma série de provocações pelas quais o Irão é responsável".
No mesmo ataque morreu também Abu Mehdi al-Muhandis, 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, conhecida como Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), além de outras seis pessoas. O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
O ataque já suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas -- Rússia, França, Reino Unido e China - alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedem as partes envolvidas que reduzam a tensão. O quinto membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas são os Estados Unidos.
No Irão, o sentimento é de vingança, com o Presidente e os Guardas da Revolução a garantirem que o país e "outras nações livres da região" vão vingar-se dos Estados Unidos.
Também o líder supremo do Irão, o 'ayatollah' Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia considerou que a morte como "um ato de terrorismo internacional".