O trabalhista Michael Higgins foi, este sábado, oficialmente declarado vencedor das eleições presidenciais na Irlanda, após dois dias de contagem de votos.
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O «sociólogo, político e poeta», como ele próprio se define, obteve 1.007.104 votos, ultrapassando por uma larga margem a quota de 885.882 votos (ou seja 50 por cento dos votos mais um) exigidos pelo sistema eleitoral irlandês, segundo a contagem oficial.
«Estou realmente satisfeito com esta grande vitória, que me permitirá ser o Presidente de todos», declarou Michael Higgins, o mais experiente e o mais velho (70 anos) dos sete candidatos à sucessão de Mary McAleese, no poder há 14 anos.
A contagem dos votos destas eleições é tradicionalmente demorada, devido à complexidade do sistema de escrutínio: os eleitores ordenam os candidatos por ordem de preferência e os votos são contabilizados até que um dos candidatos obtenha a maioria absoluta.
Já não havia quaisquer dúvidas da vitória de Higgins desde sexta-feira, o dia seguinte ao da votação, em que os dois principais concorrentes, o empresário Sean Gallagher e Martin McGuinness, vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte, reconheceram publicamente a derrota.
Ex-ministro da Cultura e presidente do Partido Trabalhista, que integra a coligação no poder, Higgins, a quem as sondagens davam menos 15 pontos percentuais do que a Sean Gallagher, teve uma recuperação espectacular em vésperas da eleição.
De acordo com uma nova sondagem, 28 por cento dos eleitores mudaram de opinião nos últimos dias da campanha, e desse número, 58 por cento abandonaram a candidatura de Gallagher a favor da de Michael D., como lhe chamam na Irlanda.