Islândia em estado de emergência após milhares de sismos ameaçarem erupção vulcânica
A península de Reykjanes registou mais de 24 mil sismos desde o final de outubro e há magma a uma profundidade de cinco quilómetros que pode conseguir chegar à superfície.
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A registar dezenas de milhares de sismos desde o fim de outubro na península de Reykjanes, a Islândia entrou esta sexta-feira em estado de emergência para prevenir uma eventual erupção vulcânica, que seria a quarta desde março de 2021. A decisão foi tomada pelo chefe nacional da polícia daquele país e divulgada pelo Departamento de Proteção Civil e Gestão de Emergência.
Na base da decisão está a "intensa atividade sísmica" registada em Sundhnjukagigar, a norte de Grindavik, que se teme que possa intensificar-se face ao que tem sido registado, culminando numa erupção vulcânica "nos próximos dias", alertou o Centro Meteorológico da Islândia (IMO). Os sismos desta sexta-feira concentram-se numa zona a três quilometros sudoeste de Grindavik, uma cidade com uma população de quatro mil pessoas que já tem os planos de evacuação preparados em caso de erupção.
Ao final da tarde, dois sismos de maior intensidade foram sentidos na capital islandesa, Reiquiavique, já a 40 quilómetros, e em grande parte da costa Sul do país. Os dados do IMO apontam para uma magnitude de 5.2 e a polícia foi obrigada fechar uma estrada que dá acesso a Grindavik, tais foram os danos.
Ao todo, são já mais de 24 mil os sismos registados na península desde o final do mês de outubro, com especial atenção para um "ponto denso" de quase 800 sismos registados entre a meia-noite e o início da tarde desta sexta-feira. Além disto, o IMO notou uma acumulação de magma a uma profundidade de cinco quilómetros e, caso este comece a mover-se para a superfície, poderá levar a uma erupção vulcânica.
"O cenário mais provável é que o magma leve vários dias, e não horas, a chegar à superfície. Se surgisse uma fissura nos locais onde a atividade sísmica é agora mais intensa, a lava deslocar-se-ia para sudoeste e para oeste, mas não em direção a Grindavik", garantiram os responsáveis do IMO citados pela agência France-Presse.
A Proteção Civil do país já enviou para a zona de Grindavik uma embarcação por "razões de segurança" e os abrigos de emergência e centros de apoio tinham abertura prevista para o final desta sexta-feira.
As atrações turísticas da região encerraram e a central geotérmica de Svartsengi já adotou um plano de contingência que permita proteger a o fornecimento de água e eletricidade à 30 mil pessoas servidas pela mesma, ao mesmo tempo que assegura a segurança dos trabalhadores.