Israel acusa presidente da Comissão Europeia de estar "errada ao ceder a pressões" e diz que "esta relação não é aceitável"
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita considera que, “mais uma vez, a Europa envia uma mensagem errada que reforça o Hamas”
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Israel acusou esta quarta-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de ceder a pressões ao propor sanções contra ministros israelitas e a suspensão parcial do acordo comercial com o país.
“A presidente da Comissão está errada ao ceder às pressões de fatores que prejudicam as relações entre Israel e a Europa”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, numa mensagem nas redes sociais.
Saar considerou que as medidas anunciadas esta quarta-feira por Von der Leyen no Parlamento Europeu revelam “uma tendência contrária aos próprios interesses dos países europeus”.
“E o mais importante: esta não é uma relação aceitável entre parceiros”, afirmou, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Saar considerou também que, “mais uma vez, a Europa envia uma mensagem errada que reforça o Hamas” e os aliados do grupo radical palestinianos no Médio Oriente, segundo a declaração também citada pela agência noticiosa France-Presse (AFP).
Von der Leyen defendeu no discurso sobre o Estado da União que a fome provocada por Israel em Gaza “não pode ser uma arma de guerra” e anunciou medidas para aumentar a pressão sobre Telavive.
Entre as medidas, anunciou sanções contra ministros extremistas e colonos violentos, e a suspensão parcial do acordo de associação comercial com Israel.
Criticada por inação face à situação dos palestinianos na Faixa de Gaza, Ursula von der Leyen admitiu estar ciente de que “qualquer ação será excessiva para alguns e insuficiente para outros”.
A guerra em curso no território palestiniano da Faixa de Gaza foi intensificada quando o movimento islamita Hamas atacou solo israelita, em 7 de outubro de 2023, causando 1200 mortos e fazendo 251 reféns. A retaliação de Israel já fez mais de 64 mil mortos entre os palestinianos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, considerados fiáveis pela ONU.
A ONU declarou em agosto uma situação de fome em algumas zonas do enclave palestiniano, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente.