Israel anuncia reforço da presença militar na Cisjordânia e dá ordens para "palestinianos não regressarem"
O ministro da Defesa israelita disse que os militares deviam preparar-se para “uma estadia prolongada” nos campos e “não permitir o regresso dos residentes”
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O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, disse este domingo que deu instruções aos militares para se prepararem para permanecer em alguns dos campos de refugiados urbanos da Cisjordânia ocupada “durante o próximo ano”, não permitindo o regresso dos palestinianos.
Katz disse que cerca de 40.000 palestinianos tinham sido deslocados de três dos campos no norte da Cisjordânia e que estes estavam agora “esvaziados de residentes”.
Katz disse que os militares deviam preparar-se para “uma estadia prolongada” nos campos e “não permitir o regresso dos residentes”.
Os comentários de Katz surgem num momento em que Israel intensifica a ofensiva no território palestiniano e em que se mantém o cessar-fogo que interrompeu a guerra em Gaza.
As forças armadas israelitas disseram hoje que estavam a alargar a ofensiva na Cisjordânia a outras áreas e que estavam a enviar tanques para Jenin, um reduto militante.
O Exército israelita confirmou hoje que mobilizou uma divisão de tanques que começará a operar no território palestiniano ocupado de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada, além de estender a incursão militar a outras aldeias próximas.
“Forças da Brigada Nahal e da Unidade Duvdevan começaram a operar noutras aldeias da zona de Jenin (...) Ao mesmo tempo, uma divisão de tanques vai operar em Jenin como parte da ofensiva”, afirma um comunicado militar.
Em 21 de janeiro, Israel lançou uma operação “antiterrorista” em grande escala contra o norte da Cisjordânia, apelidada de “Muro de Ferro”, visando o campo de Jenin, um reduto histórico das milícias palestinianas, bem como Tubas e Tulkarem, onde estão presentes militantes do Hamas e de outras fações.
Além disso, o Exército confirmou a continuação da ofensiva militar não só no campo de refugiados de Jenin, que se encontra cercado há 34 dias, mas também na cidade de Tulkarem e no seu campo de refugiados homónimo, que se encontram cercados há 28 dias.
O campo de Nur Shams, onde a ofensiva israelita começou um pouco mais tarde e deslocou quase toda a população, está agora no 15º dia de cerco com atiradores, soldados de infantaria e bulldozers. Entre os dois campos, cerca de 16.000 palestinianos foram deslocados, segundo as autoridades locais.
No total, desde o início da operação, em 21 de janeiro, pelo menos 28 palestinianos foram mortos por fogo israelita em Jenin, incluindo civis e crianças, e outros sete em Tulkarem, segundo o ministério da Saúde palestiniano.
