O exército israelita admitiu hoje ter disparado horas antes sobre um alvo próximo de uma escola da ONU em Rafah, na Faixa de Gaza, onde pelo menos 10 palestinianos morreram.
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«O exército israelita tinha como alvo três terroristas da Jihad Islâmica que se deslocavam num veículo motorizado nas imediações de uma escola da UNRWA (Agência da ONU para Ajuda aos Refugiados Palestinianos) em Rafah. As forças de defesa de Israel estão a analisar as consequências deste ataque» àquele local onde se encontravam refugiados cerca de 3.000 palestinianos, lê-se no comunicado militar.
Washington reagiu com consternação ao bombardeamento, instando Israel a «esforçar-se mais» para evitar vítimas civis, indicou a porta-voz do departamento de Estado. «Os Estados Unidos estão consternados com o vergonhoso bombardeamento de uma escola da UNRWA em Rafah», declarou Jennifer Psaki em comunicado.
Também o secretário-geral da ONU qualificou hoje de «nova violação flagrante dos direitos humanos internacionais» o bombardeamento à escola das Nações Unidas em Rafah.
«É um escândalo do ponto de vista moral e um ato criminoso», afirmou Ban Ki-moon. «Esta loucura deve parar», disse o secretário-geral em comunicado, apelando ainda a Israel e ao Hamas que cessem os combates e negoceiem um acordo de paz no Cairo.
Entretanto, o exército israelita criou uma equipa para reunir informações e provas sobre a ofensiva que mantém contra o grupo islâmico Hamas, na Faixa de Gaza, para evitar eventuais acusações de crimes de guerra. Segundo o jornal diário Haaretz, a equipa é liderada pelo chefe do gabinete de planeamento do exército israelita, Nimrod Sheffer.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU criou, a 23 de julho, uma comissão internacional para investigar possíveis violações cometidas durante a ofensiva israelita na Faixa de Gaza, que começou a 8 de julho, depois de aludir que Israel pode ter cometido crimes de guerra.