Israel diz que segunda fase das negociações do cessar-fogo com Hamas vai começar esta semana
De acordo com o calendário inicial, estas discussões deveriam ter começado em 3 de fevereiro. O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros nota que o país exige uma "desmilitarização completa de Gaza"
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As negociações sobre a segunda fase do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, marcadas para começar em 2 de março, vão arrancar esta semana, disse esta terça-feira o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar.
"Ontem [segunda-feira] à noite, realizámos uma reunião do gabinete de segurança. Decidimos iniciar as negociações sobre a segunda fase [do cessar-fogo]. Isso vai acontecer esta semana", disse Saar numa conferência de imprensa em Jerusalém.
De acordo com o calendário inicial, estas discussões deveriam ter começado em 3 de fevereiro.
"Exigimos uma desmilitarização completa de Gaza. Não aceitaremos a presença contínua do Hamas ou de qualquer outro grupo terrorista em Gaza", acrescentou o ministro israelita.
Israel está determinado a conseguir "a libertação de todos” os reféns e a concretização de "todos os objetivos da guerra estabelecidos" pelo Governo, segundo Saar.
A primeira fase da trégua entre Israel e Hamas em Gaza, que entrou em vigor em 19 de janeiro, já permitiu a libertação de 19 reféns israelitas. Em troca, 1134 prisioneiros palestinianos que estavam nas prisões israelitas foram libertados.
Um total de 33 reféns, oito dos quais foram dados como mortos, devem ser entregues a Israel durante esta primeira fase do acordo de cessar-fogo, que termina em 1 de março, em troca de 1900 prisioneiros palestinianos.
Sobre o Líbano, Gideon Saar afirmou ainda que o Exército israelita permaneceria "temporariamente" em cinco pontos "estratégicos" no sul do país, depois de o prazo para a retirada das suas tropas do país vizinho ter expirado esta terça-feira.
"Estamos a manter-nos temporariamente em cinco posições estratégicas necessárias para a nossa segurança. Uma vez que o Líbano implemente plenamente a sua parte do acordo, não haverá necessidade de manter estes pontos", disse Saar, referindo-se ao acordo de cessar-fogo com o movimento xiita libanês Hezbollah, que entrou em vigor em 27 de novembro.
O Líbano avisou esta terça-feira que qualquer presença israelita no seu território será considerada “uma ocupação”.
As autoridades libanesas disseram que levarão o assunto ao Conselho de Segurança da ONU para “forçar Israel a retirar imediatamente”, reafirmando que o exército libanês está pronto para cumprir o seu papel na fronteira com Israel.
O acordo tinha um prazo inicial de 60 dias, mas foi depois prorrogado até esta terça-feira.
