O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, confirmou ter alcançado esta madrugada um acordo com o principal partido da oposição, o Kadima, para a formação de um Governo de coligação, evitando a realização de eleições antecipadas.
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A coligação faz com que o Governo tenha 94 dos 120 deputados do Parlamento.
«Um amplo Governo de unidade nacional é bom para a segurança, bom para a economia e bom para o povo de Israel», afirmou Netanyahu, citado na conta do Twitter do seu gabinete.
Segundo os termos do acordo, o Kadima, o partido mais votado nas eleições de 2009, entra no Governo e compromete-se a apoiar as suas políticas.
Em troca, o líder do Kadima, Shaul Mofaz, será nomeado vice-primeiro-ministro, ministro sem pasta e membro do gabinete de segurança.
Outros deputados do partido passarão a liderar as comissões parlamentares dos Negócios Estrangeiros, Defesa e Economia, entre outros.
Netanyahu comprometeu-se, por sua vez, a apoiar a proposta do Kadima para alterar, como obriga o Supremo Tribunal, a lei Tal, que isenta os judeus ultraortodoxos do serviço militar, obrigatório para todos os outros judeus israelitas.
«Fizemos algo grande pelo Estado de Israel. Não quero ministérios, nem para mim», afirmou Mofaz, citado pela edição digital do diário "Yediot Aharonot", ao destacar que a coligação permitirá a reforma da lei Tal.
Mofaz garantiu, numa entrevista ao diário "Haaretz", antes das primárias do Kadima, que não entraria no Governo de Netanyahu se fosse eleito líder do partido.
Até às próximas eleições, previstas para outubro de 2013, Israel será governador por uma coligação formada pelo Likud (direita), Kadima (centro-direita), Israel Beitenu (ultranacionalista), Shas (ultraortodoxos sefarditas) e outros partidos menores religiosos e de extrema-direita.
O acordo foi alvo de críticas pelos partidos que ficaram de fora da coligação.
A líder do Partido Trabalhista, Shely Yajimovich, que se torna, assim, na nova líder da oposição, considerou o acordo em causa como uma «aliança de cobardes e o ziguezague mais ridículo da história política de Israel».