O Governo israelita prepara-se para expandir a colonização de Jerusalém, com a aprovação da construção de mais de mil casas, quando os EUA pretendem reavivar as suspensas negociações de paz israelo-árabes, revelou hoje uma organização não-governamental.
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O diretor do observatório da colonização de Jerusalém, designado Terrestrial Jerusalem, Danny Seidemann, disse à AFP que já foram assinados contratos para 300 casas na colónia de Ramot, na parte norte da cidade, e outros 797 foram colocados à venda na colónia de Gilo, a sul.
Acrescentou que os planos foram aprovados no último ano, antes de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter ordenado o congelamento da colonização, mas os últimos passos para a sua concretização foram revelados à imprensa pelo gabinete do ministro da Habitação, Uri Ariel.
«Isto não significa que o congelamento acabou. Significa que o ministro da Habitação está a ver se o consegue», acrescentou Seidemann.
Ariel é ele próprio um colono e o n.º 2 do partido pró-colonos Casa Judia, que passou a integrar a coligação governamental de Netanyahu, depois das eleições legislativas de janeiro.
Se bem que o congelamento nunca tenha sido oficialmente confirmado, várias ONG têm expressado a opinião que Netanyahu não quer ser visto como obstáculo à iniciativa do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, de dar nova vida aos moribundos esforços de paz.
«Há um congelamento de facto. Não houve novas construções desde as eleições», disse Seidemann.