"Israel tem de cumprir isto: reagir e defender-se, mas dentro dos limites do direito internacional"
A socialista Alexandra Leitão afirma que Israel "tem o direito de defender-se", mas tem de "cumprir o direito internacional e humanitário". No programa O Princípio da Incerteza, Lobo Xavier refere que os EUA são "o único país capaz de moderar e conter" o conflito no Médio Oriente, já Pacheco Pereira reconhece que esta guerra "não tem nenhuma solução boa nas próximas décadas".
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Alexandra Leitão diz que Israel tem direito a defender-se, mas a deputada socialista sublinha, por outro lado, que o Governo israelita tem de respeitar a lei humanitária e internacional. A resposta de Israel à Faixa de Gaza subiu a debate no programa O Princípio da Incerteza, da TSF e CNN Portugal.
"Israel tem o direito de defender-se e acho até normal que a população de Israel exija uma espécie de lei de talião, de olho por olho e dente por dente e que exija uma reação proporcional à carnificina que ocorreu", considera a socialista.
No entanto, Alexandra Leitão defende que "uma reação proporcional à carnificina que ocorreu implicaria uma intervenção absolutamente desmedida que teria por efeito a violação das leis da guerra, do direito internacional e do direito humanitário".
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"Por isso, aquilo que hoje todos temos que pedir a Israel e Israel, para não ser igual, tem de cumprir isto: reagir e defender-se, mas fazê-lo dentro dos limites do direito internacional e dentro dos limites do direito humanitário", frisa.
Para António Lobo Xavier, só os Estados Unidos são capazes de moderar o conflito no Médio Oriente. O antigo dirigente do CDS teme que Israel perca a autoridade moral com a resposta que se prepara para dar ao Hamas através de um ataque à faixa de Gaza.
"Acho que os Estados Unidos são o único país capaz de moderar e de conter a gravidade deste conflito, acho que o estão a fazer bem, a pressionar Israel para que haja condições humanitárias, corredores humanitários, água e eletricidade. São atividades ou atuações típicas conseguidas pelos Estados Unidos, mas realmente eu temo o pior. Temo que Israel perca essa autoridade moral. Este Governo de Netanyahu transformou a autoridade moral do povo de Israel, porque já houve na Cisjordânia ataques indiscriminados a civis palestinianos comparáveis, não em dimensão, mas situações bastante comparáveis, absolutamente inaceitáveis", refere.
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Já Pacheco Pereira reconhece que nenhuma solução é fácil para resolver este conflito.
"Grupos como o Hamas não se eliminam indo lá matar um a um. Primeiro que não conseguem matar um a um, depois há uma parte da direção está fora desta zona de conflito, depois há países que apoiam estes grupos e o Hamas tem algum apoio na população da Faixa de Gaza, como outros grupos na zona da autoridade palestiniana, pela simples razão que foram eles que deram atenção a uma preocupação assistencial muito significativa. O que é certo é que para uma população que não tem nada a não ser alguma ajuda das Nações Unidas, estes grupos deram um mínimo de assistência do ponto de vista médico e das condições habitacionais. Isto que está a acontecer não tem nenhuma solução boa nas próximas décadas", defende.
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