As autoridades turcas voltaram a encerrar o parque Gezi de Istambul, que esteve na origem dos protestos antigovernamentais na Turquia, três horas depois de o governador da cidade ter presidido à cerimónia de reabertura daquele espaço.
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O encerramento do parque foi avançado pelo diário turco Hurriyet, segundo a agência espanhola EFE.
A cerimónia de reabertura do parque acontece no mesmo dia em que foi convocada uma marcha para reclamar o livre acesso a esta zona verde, situada na praça Taksim, no cento de Istambul.
O protesto convocado pelo movimento Solidariedade com Taksim terá início às 17:00 (hora de Lisboa).
Durante a cerimónia de reabertura, o governador de Istambul, Huseyin Avni Mutlu, advertiu que não iria tolerar a realização de manifestações naquele espaço.
"Este parque pertence a 14 milhões de habitantes de Istambul, aos velhos, às crianças, às grávidas e aos jovens", disse Mutlu, prometendo impedir que qualquer grupo se aproprie do parque.
Na semana passada, um tribunal de Istambul cancelou o polémico projeto de planeamento urbano da praça Taksim que teve na origem da revolta antigovernamental que agitou a Turquia.
Na deliberação, determinada no início de junho mas só divulgada publicamente por vários jornais turcos na semana passada, o primeiro Tribunal Administrativo justificou o cancelamento com o facto da «população local» não ter sido consultada sobre o projeto.
O tribunal também afirmou que o plano «violava os regulamentos de preservação e a identidade da praça e do parque Gezi».
Os protestos antigovernamentais na Turquia começaram em finais de maio, depois de a polícia ter dispersado com gás lacrimogéneo e canhões de água uma manifestação pacífica contra um plano de construção de um centro comercial no parque Gezi.
Os protestos converteram-se em manifestações contra o regime, liderado pelo primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, acusado de querer islamizar a sociedade turca.