A Amnistia Internacional denunciou, esta quinta-feira, que as autoridades italianas estão a expulsar massiva e indiscriminadamente tunisinos da ilha de Lampedusa.
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A Itália e a Tunísia assinaram há um mês um acordo que prevê a expulsão imediata dos tunisinos que chegaram ao país depois da assinatura do documento, mas a organização garante que a Itália não está a respeitar o acordado.
Em declarações à TSF, Victor Nogueira, da secção portuguesa da Amnistia Internacional, avisou que a expulsão «não pode ser um procedimento meramente administrativo».
«O governo italiano tem de assegurar se as pessoas que vão ser reenviadas para o país de origem correm risco e se estão a ser perseguidas», analisando «cada caso individualmente», defendeu, frisando que não se trata de um «assunto meramente administrativo», mas de uma «questão de direitos humanos».
Este assunto não pode ser «resolvido de uma maneira tão sumária, ao arrepio das normativas internacionais em matéria de protecção de refugiados», advertiu.
A Amnistia Internacional já enviou uma carta ao chefe do executivo italiano, Silvio Berlusconi, na qual manifesta a sua preocupação com o que está a acontecer aos cidadãos tunisinos na Lampedusa.
Desde Janeiro deste ano, altura em que começou a "Revolução de Jasmim", chegaram à ilha italiana 20 mil tunisinos.