O vice-secretário do Partido Democrata (PD), Enrico Letta, 46 anos, aceitou hoje «com reservas» o pedido de formação de novo executivo em Itália, indicou a presidência da República italiana que espera agora a ronda de consultas com os partidos.
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As "reservas" significam que vai pedir tempo para proceder às consultas com todas as forças parlamentares, que devem decorrer na quinta-feira, e só depois volta a reunir-se com o Presidente da República, Giorgio Napolitano, para decisões definitivas sobre a formação do Governo.
Após o anúncio, o secretário-geral da presidência da República, Donatto Marra, disse, em conferência de imprensa, no Palácio Quirinal, sede da chefia do Estado, que Letta comunicou ao Presidente que tem a intenção de formar um "Governo ao serviço do país".
«Fui convidado para o cargo e aceitei com reservas. A minha surpresa esta manhã foi receber uma chamada telefónica de Napolitano e foi com igual medida que sinto o sentido de profunda responsabilidade que este cargo me faz sentir sobre os ombros. A situação é muito difícil, frágil», disse Letta, após o anúncio.
«Todos sabem que esta situação não pode continuar assim. Neste sentido, aceitei o convite, esta responsabilidade mais forte e pesada do que a capacidade que os meus ombros têm para aguentar», acrescentou o primeiro-ministro designado.
Letta apelou à responsabilidade de todas as forças políticas parlamentares com as quais se vai reunir e que se mostraram dispostas a apoiar, como o partido do ex-primeiro-ministro Berlusconi e a formação de Mario Monti, chefe do executivo em funções.
«Temos de fazer juntos as reformas necessárias e com a máxima participação possível. Tudo isto pode-se fazer se a Itália e a Europa mantiverem uma linha de mudanças. A União Europeia tem estado demasiado concentrada nas políticas de austeridade, que não são suficientes», disse.
«O país necessita de respostas, sobretudo o país que sofre por motivos laborais, com o trabalho que não existe, com o trabalho que se perdeu, com as empresas que fecham. Temos de ter vontade de nos preocuparmos com os jovens que vão para fora do país porque não encontram oportunidades», acrescentou.