O primeiro-ministro de Itália, Mario Monti, pediu hoje uma «resposta comum, solidária e convincente» da União Europeia para a resolução da crise da dívida dos países da zona euro.
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Monti, que compareceu na tradicional conferência de imprensa que o chefe de Governo dá no final do ano, disse que são «encorajadores» os resultados das duas emissões de dívida feitas recentemente pelo Tesouro do país.
O primeiro-ministro italiano mostrou-se também aliviado pela redução do prémio de risco da dívida soberana de Itália face ao pico de 09 de Novembro, tendo afirmando que se está a notar uma «tendência decrescente», apesar de o Banco Central Europeu (BCE) ter reduzido as compras de obrigações soberanas no mercado secundário.
Ainda assim, Monti notou que «não terminaram as turbulências e que há muito que fazer, sobretudo na Europa».
Monti disse estar também convencido de que «o que acontece na Europa vai depender da economia global» e é por isso que a Itália está a fazer um grande esforço e reformas estruturais «para mudar os preconceitos errados da Europa e do mundo» sobre Itália.
Quanto ao plano de austeridade e de reformas tomado pelo seu Executivo, Monti disse que uma solução para Itália «não seria sequer possível sem a consolidação das contas públicas feitas no decreto-lei Salvar Itália». O governante referia-se às medidas no valor de 30 mil milhões de euros, aprovada pelo Parlamento a 22 de Dezembro.
Mario Monti disse ainda que as reformas económicas têm que ser executadas com rapidez. «Não nos é permitido trabalhar com calma», garantiu, acrescentando que a Europa espera medidas de crescimento na reunião do Eurogrupo de 23 de Janeiro e no Conselho Europeu de 30 do mesmo mês.
O primeiro-ministro disse também que desde hoje o país entra «na fase Cresce Itália» e salientou que não será necessário um novo plano de ajustamento. Para Monti, a fase de crescimento tem de estar em linha com a consolidação das contas públicas uma vez que «não há consolidação sustentável das contas públicas se o Produto Interno Bruto não crescer adequadamente».
«Através da liberalização, da concorrência e da reforma do mercado de trabalho, cujas principais linhas levaremos a Bruxelas a 23 de Janeiro, limaremos os privilégios que dificultam os mecanismos económicos em detrimento dos jovens», disse.
Na mesma conferência de imprensa, Monti insistiu que as medidas introduzidas no seu plano de ajustamento e nesta nova fase se destinam a alcançar um orçamento equilibrado em 2013 e que o que a Itália está a fazer é um grande esforço «para mudar os preconceitos errados da Europa e do mundo» sobre a Itália.