Ammar Alselmo vivia em Aleppo, de onde teve de fugir por causa da ofensiva das forças de Bashar Al Assad. Como capacete branco continua a assistir ao pior da guerra sempre na esperança de salvar uma vida.
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Os sírios que procuraram refugio entre Aleppo e Idlib estão esgotados. Exaustos de fugirem de um lado para o outro mas serem permanentemente atacados pelas forças de Bashar Al Assad e pelos russos.
Idlib é a única província que ainda não está nas mãos do regime. Algumas zonas estão a ser controladas por extremistas islâmicos e outras pela resistência. No meio estão mais de dois milhões de pessoas que têm procurado um refúgio para fugirem dos bombardeamentos.
A TSF falou com Ammar Alselmo pouco depois de um novo ataque. "Ainda agora está a acontecer um massacre na zona ocidental de Aleppo. A artilharia está a atacar as casas de civis e o mercado. As equipas (de capacetes brancos) acabaram de me perguntar para onde levam os feridos porque ontem os aviões russos atacaram dois hospitais que estavam a receber os feridos. Neste momento temos de levar as pessoas para um hospital que fica a algumas de dezenas de quilómetros."
Desde o início de janeiro 900 mil pessoas tentam fugir dos ataques mas Ammar Alselmo confessa que já não há para onde fugir "já não há lugares seguros no meio da guerra. Todos os dias há ataques aos campos e as pessoas não sabem para onde ir e centenas de milhar estão a caminho da fronteira com a Turquia para encontrarem alguma segurança. Para protegerem os filhos mas a fronteira está fechada". Os civis tentam também fugir para a zona curda nas mãos dos turcos mas não conseguem lá chegar.
No último mês e meio houve cerca de 2 mil ataques que causaram 400 mortos e praticamente todas as famílias foram afetadas de uma forma ou de outra. Este voluntário dos capacetes brancos conta que 3 em cada 10 famílias têm pessoas feridas e 4 em 10 que já não têm quem garanta a subsistência. Por exemplo há raparigas de 13, 14 anos a substituiremos pais junto dos irmãos e irmãs.
Ammar Alselmo acaba a conversa com um apelo: "Já não temos capacidade para lidar com o número de deslocados. Esta catástrofe precisa de um país que intervenha."