O Presidente do Sudão, acusado de crimes de guerra e contra a humanidade e genocídio, foi obrigado a abandonar o poder. O ministro da defesa anunciou o fim total do regime.
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Awad Mohamed Auf informou a população de que os lideres anteriores do país estão detidos. Garantiu que Omar Al Bashir está preso num lugar seguro. O primeiro ministro e o líder do partido no poder também foram detidos, assim como outras dezenas de pessoas
O ministro anunciou ainda a declaração do estado de emergência, durante 3 meses, com a suspensão da constituição. A partir de hoje, e durante um mês, vai estar em vigor um recolher obrigatório entre as 10 da noite e as 4 da manhã.
Os governos e os parlamentos nacionais e regionais foram dissolvidos.
Os aeroportos, fronteiras e portos vão estar encerrados pelo menos durante 24 horas.
Os militares estabeleceram um período de transição de dois anos, só depois serão realizadas eleições. Pelo menos até 2021 estará em funções um conselho militar.
Awad Mohamed Auf explicou que a situação no país era inaceitável. Desde dia 6 os militares tinham feito várias propostas ao governo para resolver a crise mas nada foi aceite e por isso tiveram de agir.
Governar com mão de ferro
O responsável pela pasta da defesa, o único elemento do governo que se manteve em funções, falou ainda da corrupção que estava a tornar os ricos mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
Agora é preciso esperar para ver como vai reagir a sociedade civil. Várias organizações, que estiveram no centro dos protestos, avisaram avisaram antes deste discurso que querem um governo civil eleito pelo povo e não vão contentar-se com menos do que isso.
O chefe de Estado subiu ao poder em 1989 através de um golpe militar e tem governado com mão de ferro. No final da década de 1990, o Sudão estava no meio de uma guerra civil que durou 21 anos.
O Presidente conseguiu um acordo de paz em 2005, mas logo a seguir começou o conflito no Darfur. É por causa do conflito nesta região que Bashir tem um mandado de detenção internacional. O tribunal de Haia quer julgá-lo por crimes de guerra e contra a humanidade e genocídio.
Foi durante a Presidência de Omar Al Bashir que o Sudão do Sul conseguiu a independência.
(Notícia atualizada às 13h44)