Lusodescendente Jack Teixeira acusado de "transmissão não autorizada" de documentos classificados
O norte-americano de 21 anos vai ficar preso pelo menos até à audiência de detenção marcada para quarta-feira.
Corpo do artigo
O lusodescendente Jack Teixeira foi esta sexta-feira acusado de "retenção e transmissão não autorizadas" de documentos classificados do governo dos Estados Unidos da América.
O guarda nacional norte-americano de 21 anos compareceu no tribunal federal em Boston após uma semana de investigação a uma das fugas de segredos mais prejudiciais desde a divulgação de documentos da Agência Nacional de Segurança em 2013 por Edward Snowden.
Numa curta audiência, o lusodescendente acusado de "retenção e transmissão não autorizada de informações da defesa nacional", bem como de "remoção e retenção não autorizada de documentos ou material classificado".
Teixeira não foi obrigado a fazer qualquer declaração sobre a sua possível culpabilidade.
O arguido limitou-se a responder calmamente quando o juiz o aconselhou sobre os seus direitos, segundo a agência espanhola EFE.
A certa altura, durante a audiência, um homem gritou "amo-te, Jack" do fundo do tribunal, ao que o suspeito respondeu sem se virar: "também a ti, pai", acrescentou a EFE.
Um magistrado federal ordenou que ficasse preso pelo menos até à audiência de detenção, marcada para a próxima quarta-feira, 19 de abril.
As autoridades ainda não avançaram com as motivações para a divulgação perpetrada por Jack Teixeira.
Jack Teixeira é considerado pelas autoridades norte-americanas o suspeito principal na fuga de documentos militares altamente confidenciais sobre a guerra na Ucrânia, tendo sido detido esta quinta-feira.
Os investigadores do FBI acreditam que este militar, especialista em informações, era o administrador de um grupo nas redes sociais onde os documentos começaram a ser divulgados, na passada semana.
A quebra de segurança revelou as preocupações americanas sobre as fraquezas militares da Ucrânia, e apontou a espionagem dos EUA a aliados, incluindo Israel e a Coreia do Sul.
O New York Times noticiou que Jack Teixeira era o líder do grupo chamado Thug Shaker Central.
Primeiro escreveu o conteúdo dos documentos para partilhar com o grupo, mas mais tarde começou a tirar fotografias, dizendo a outros membros para não as partilharem, de acordo com o Washington Post.
Alguns dos documentos apareceram mais tarde noutros sites, incluindo Twitter, 4Chan e Telegram.